PF faz busca e apreensão na Precisa Medicamentos
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
A Polícia Federal cumpre na manhã desta sexta-feira, 17, mandados de busca e apreensão em endereços da Precisa Medicamentos, em Barueri e Itapevi, na Grande São Paulo.
A empresa é investigada na CPI da Pandemia do Senado por irregularidades na intermediação da compra de vacinas da farmacêutica indiana Bharat Biontech pelo Ministério da Saúde.
Os mandados de busca e apreensão têm como objetos o contrato original e todos os documentos relacionados à negociação entre a Precisa, a empresa indiana e o governo federal que foram sonegados à CPI.
A operação, iniciada às 6h, foi autorizada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.
Os senadores Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros queriam a busca e apreensão de documentos que comprovam a atuação de uma alta autoridade do governo federal como lobista do setor privado nessa operação de compra de vacinas. Após interferência da Procuradoria-Geral da União, o STF negou o pedido.
Irregularidades, lobby e Sobrepreço
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Em nota, o comando da CPI da Pandemia afirma que buscou de todas as formas a obtenção dessas informações junto à empresa e ao Ministério da Saúde, não obtendo êxito. “Devido a isso, se fez necessária a utilização deste instrumento judicial”.
Os advogados da Precisa, Ticiano Figueiredo e Pedro Velloso, alegam que a empresa entregou todos os documentos à CPI e que seu sócio-proprietário, Francisco Maximiano, prestou depoimento, com esclarecimentos, termo por escrito registrado em cartório, e foi dispensado de depor por duas vezes pela própria CPI, em 1° de julho e 14 de julho. No comunicado, qualificam a operação como “a prova mais clara dos abusos” da CPI.
O contrato para aquisição de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, fabricada pela farmacêutica indiana, também é investigado pelo Ministério Público Federal, Tribunal de Contas da União (TCU) e Polícia Federal por irregularidades e sobrepreço.
O TCU apontou que o imunizante foi o imunizante mais caro negociado pelo governo federal e custou R$ 80,70 a dose. O valor equivale a quatro vezes o maior custo da AstraZeneca, da Fiocruz.
Além disso, a pressa em fechar o contrato levantou suspeitas dos auditores. Embora não tenha concretizado a compra, o Ministério da Saúde fechou o acordo em apenas 97 dias, enquanto a negociação com a Pfizer não saiu antes de 330 dias.