JUSTIÇA

MP denuncia policial aposentada que associou LGBTQIA+ à pedofilia

A policial afirmou em programa de rádio que a designação da diversidade sexual e de gênero traz embutido um plano da esquerda para liberar o poliamor e a pedofilia
Da Redação / Publicado em 25 de agosto de 2022

Imagem: Reprodução

Policial militar e deputada federal, Sargento Flavia (E) foi denunciada pelo MPRS por declarações públicas que associam a designação LGBTQIA+ à pedofilia

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O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou criminalmente à Justiça a policial militar aposentada Flávia Cristina Abreu, a Sargento Flavia, que associou a sigla LGBTQI+ à pedofilia em entrevista ao programa Boa Tarde Brasil, da Rádio Guaíba.

No programa comandado pelo comunicador Julio Ribeiro, em coro com o apresentador e outros convidados, a policial destila sandices sobre uma suposta “dominação socialista”.

A ação penal foi ajuizada pelo MPRS logo após as declarações feitas pela policial no dia 11 de fevereiro à emissora. Ela foi denunciada pela deputada estadual Luciana Genro e pela ativista travesti e vereadora suplente e de Porto Alegre, Natasha Ferreira, ambas do PSol. As parlamentares acionaram a promotoria que encaminhou o caso ao Foro Criminal do Partenon.

Na entrevista, Flávia Abreu afirma que na sigla LGBTQIA+, que designa a diversidade sexual e de gênero, haveria uma insinuação à pedofilia. “Quando se diz LGBTQIA+, o A+ quer dizer esse tal de poliamor aí, que essa gente da esquerda prega, só que muitos não sabem”, diz a policial no programa.

“Por meio de sua declaração, a entrevistada fez crer que integrar a comunidade LGBTQIA+ é sinônimo de apoiar e cometer atos criminosos, incitando, dessa forma, a opinião pública a acreditar que a população LGBTQIA+ não somente seria propensa a cometer o grave crime mencionado, como incentivaria condutas ligadas à pedofilia – ou seja, alimenta, com informações absolutamente falsas, discursos de ódio que geram preconceitos, reforçam estigmas e incitam a discriminação e práticas violentas”, afirma Luciana na denúncia.

No pedido enviado à 1ª Vara Criminal do Foro Regional do Partenon, em Porto Alegre, o promotor de Justiça Cláudio Ari Pinheiro de Mello considera que a fala da policial “é discriminatória e preconceituosa porque o símbolo +, quando acrescentado à sigla (LGBTQIA+), significa a associação à comunidade de indivíduos não heterossexuais que não se enquadrem nas identidades de gênero e orientações sexuais representadas pela sigla, não tendo qualquer relação com a prática, o incentivo, o induzimento ou a aceitação de violência sexual contra crianças, que é o que caracteriza a pedofilia”.

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