JUSTIÇA

Operação Nero caça bolsonaristas que vandalizaram Brasília

Polícias Federal e Civil cumprem 32 mandados contra suspeitos de participar de atos de vandalismo cometidos na capital federal no dia 12 de dezembro. Quatro já foram presos e dois fugiram
Por Gilson Camargo / Publicado em 29 de dezembro de 2022

Foto: PCDF/Divulgação

Policiais federais e civis cumprem mandados de busca e apreensão contra bolsonaristas incendiários em oito estados, no âmbito da Operação Nero

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A Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal deflagram, na manhã desta quinta-feira, 29, a Operação Nero, com o objetivo de identificar e prender os envolvidos na tentativa de invasão ao Edifício-Sede da PF no dia 12 de dezembro.

Os extremistas investigados que são alvos da operação são acusados de praticar ainda outros atos criminosos na mesma data pela capital federal, como a depredação à 5ª Delegacia de Polícia, além de incêndios criminosos contra veículos e ônibus.

Policiais federais e civis cumprem 32 ordens judiciais de busca e apreensão e de prisão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nos estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.

As investigações tiveram início na Polícia Federal, para identificar os envolvidos no ataque ao Edifício-Sede da instituição, e na Polícia Civil do Distrito Federal, a qual apurou os atos de vandalismo cometidos em Brasília.

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Radicais bolsonaristas tentaram resgatar um preso e atearam fogo em veículos no DF no dia 12 de dezembro

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Os suspeitos teriam tentado invadir a sede da PF com o objetivo de resgatar um homem preso pela instituição no dia 12.

Após serem frustrados, teriam dado início a uma série de atos de vandalismo pela cidade. As duas investigações foram encaminhadas, em razão de declínio de competência, ao STF.

De acordo com o comando da operação, o conjunto da investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo.

Os crimes que são objetos da apuração são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.

No final da manhã,  40 pessoas já haviam sido identificadas e os policiais cumpriam mandados de prisão contra 11 desses suspeitos.

São bolsonaristas que frequentavam os atos no Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU).

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Klio Hirano, ex-candidata a prefeita de Tupã (SP) pelo PRTB, foi presa em Brasília

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Incendiários Nero

O nome da operação é uma referência ao último imperador romano da dinastia Júlio-claudiana, Nero Cláudio César Augusto Germânico que governou de 13 de outubro do ano de 54 d.C até a sua morte, a 9 de junho de 68 d. C., e que incendiou Roma na noite de 18 de julho de 64 d. C. com a intenção de fazer uma reforma urbana.

Na noite de 12 de dezembro de 2022, radicais bolsonaristas frustrados com o resultado das eleições e devido à tentativa fracassada de resgatar um preso na sede da PF em Brasília queimaram veículos e desencadearam uma escalada de vandalismo na capital federal.

Oito carros e ônibus foram incendiados pelo grupo, que também destruiu automóveis e depredou equipamentos públicos e a 5ª DP na Asa Norte.

Quem já foi preso

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Atilla Mello, que se apresentava como “pastor e patriota”, foi preso na véspera da operação

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Quatro prisões foram confirmadas pelo comando da operação conjunta da PF e polícia civil, em Rondônia, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

Foram identificados Klio Damião Hirano, Atilla Mello e Joel Pires Santana.

Atilla Mello, um dos suspeitos presos, se apresentava como pastor e “patriota” nas redes sociais.

Ele foi preso na quarta-feira, 28, véspera da operação, depois de fazer uma postagem direcionada a Bolsonaro: “Depois que tudo isso acabar, o Povo Patriota que estão (sic) nos quartéis precisam (sic) de uma Bolsa Terapia e Bolsa Psicólogo. Sofremos fortes emoções (…) É sério gente preciso, desse Auxílio”.

Wenia Morais Silva, 33 anos, foi assessora do deputado estadual Renato Zaca (PL) até agosto e é membro da Associação da Esposas de Militares do Rio. Ela foi presa no Rio.

O pastor evangélico Joel Pires Santana foi preso em Rondônia

Foragidos

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Alan Rodrigues, envolvido no atentado próximo ao aeroporto de Brasília, está foragido

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Outro investigado, Ricardo Yukio Aoyama, 33, foi alvo de busca e apreensão em Rondônia, mas conseguiu escapar dos policiais, que encontraram uma pistola no imóvel.

Aoyama, que se apresenta em redes sociais como “apoiador de Bolsonaro” é considerado foragido da justiça.

Ele foi o encarregado de comprar combustíveis para atear fogo nos veículos em Brasília.

Alan Diego dos Santos Rodrigues, 32, suspeito de participar da tentativa de atentado próximo ao Aeroporto de Brasília, no sábado, 24, também está entre os alvos da Operação Nero. Ele está foragido.

A operação ainda está em andamento.

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