JUSTIÇA

Funai reúne lideranças kaingang para solucionar conflito em Chapecó

Crise motivada por morte de indígena e desentendimento entre comunidade e o cacique resultou em 350 indígenas expulsos da reserva
Da Redação / Publicado em 25 de julho de 2023

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Disputa pela liderança da Aldeia Kondá, dos kaingang, no inteior de Chapecó, resultou em uma morte, feridos e 250 pessoas expulsas

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) reuniu-se com lideranças do povo kaingang, em Chapecó, Santa Catarina, em busca de solução para o conflito que resultou em uma morte e 11 feridos e casas incendiadas na reserva. O indígena morto com quatro tiros durante o conflito foi identificado como Aziel Floriano, 30 anos.

A Aldeia Kondá está localizada a 15 quilômetros de Chapecó

Foto: NSC TV/ Reprodução

Parte da aldeia foi destruída após conflito

Foto: NSC TV/ Reprodução

O confronto ocorrido no último dia 16, teria sido motivado pela expulsão de integrantes da Reserva Indígena Kondá pelo cacique Efésio Siqueira, após ter sido contestado pelo grupo.

Uma festa ocorria na aldeia quando indígenas de um grupo opositor ao atual foram até o espaço, o que deu início a uma briga generalizada.

Durante a confusão, 17 casas e cinco veículos foram incendiados, 11 pessoas ficaram feridas e uma foi morta. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar, houve troca de socos, pontapés, pedradas e uso de arma de fogo.

Segundo a prefeitura de Chapecó, após o conflito, parte da população indígena foi acolhida no Ginásio Ivo Silveira, onde foi recebida por uma equipe da Defesa Civil, das secretarias de Saúde e Assistência Social do município e recebeu doações de colchões e alimentação.

Atualmente, 350 indígenas ocupam o local, mas a prefeitura de Chapecó solicitou à Funai o remanejamento dessa população para um local mais adequado.

Kaingang expulsos da aldeia

Foto: NSC TV/ Reprodução

Parte da população está abrigada no ginásio Ivo Silveira

Foto: NSC TV/ Reprodução

Na segunda-feira, 24, a Polícia Federal deflagrou uma operação para cumprir 14 mandados de busca e apreensão no processo de investigação do conflito.

Desses, sete mandados foram cumpridos na reserva indígena e outros sete no ginásio, onde estão alojados os indígenas que foram expulsos da comunidade.

“Foram recolhidos celulares nos dois lugares, sem nenhum tipo de resistência”, informou Adroaldo Antonio Fidelis, coordenador regional da Funai. Segundo ele, o conflito está relacionado a uma disputa de poder pela liderança na reserva que já dura mais de um mês.

Segundo a PF, o efetivo na região foi reforçado desde o domingo em que aconteceu o conflito e os agentes atuarão na região com medidas preventivas e de apoio à Polícia Militar de Santa Catarina até que haja uma solução e quando não houver mais risco de novos eventos violentos.

A Funai informou, por meio de nota, que trabalha junto com a prefeitura na busca por medidas possíveis para acomodação temporária dos indígenas que estão no ginásio.

A proposta que será discutida nesta terça-feira, 25, é de acomodar os kaingang em territórios vizinhos, para garantir a segurança e o bem-estar dos envolvidos no conflito.

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