JUSTIÇA

Polícia Federal aumenta cerco a influenciadores digitais que incitaram os atos do 8 de janeiro

São cumpridos dez mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão em quatro estados e no DF, no âmbito da Operação Lesa Pátria
Por Gilson Camargo / Publicado em 17 de agosto de 2023
Polícia Federal aumenta cerco a influenciadores digitais que incitaram os atos do 8 de janeiro

Foto: Polícia Federal/ Divulgação

Agentes da PF cumprem mandados de busca e de prisão em quatro estados e no DF contra influenciadores

Foto: Polícia Federal/ Divulgação

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira, 17, a 14ª fase da Operação Lesa Pátria, para identificar pessoas que participaram do vandalismo em 8 de janeiro, no Distrito Federal, quando bolsonaristas radicais invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).

São cumpridos desde o início da manhã dez mandados de prisão preventiva, sendo dois no Distrito Federal, dois em Goiás, um na Paraíba, dois no Paraná e três em Santa Catarina.

Outros 16 mandados de busca e apreensão estão em andamento na Bahia, em Goiás, na Paraíba, no Paraná, em Santa Catarina e no Distrito Federal.

“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo”, informou a PF em nota.

A operação visa influenciadores digitais que usaram as redes sociais para incitar os atos de vandalismo. Oito pessoas foram presas. Entre os alvos estão o pastor Dirlei Paz, que nas redes sociais se identifica como “servo do Senhor” e “patriota”. Ele aparece em uma fotografia pedindo “intervenção federal”. Ainda são procurados a cantora gospel Fernanda Ôliver e outros influenciadores digitais como Isac Ferreira.

Festa da Selma

Agentes da PF cumprem mandados de busca e de prisão em quatro estados e no FD contra influenciadores

Foto: Polícia Federal/ Divulgação

Oito pessoas foam presas até o final da manhã

Foto: Polícia Federal/ Divulgação

Os alvos da operação são influenciadores suspeitos de terem fomentado o que a corporação se refere como “Festa da Selma”, codinome utilizado para se referir às invasões.

Diálogos obtidos pela PF com autorização da Advocacia-Geral da União (AGU) e do STF forneceram pistas sobre como os investigados agiram e se organizaram antes de começar o quabra-quebra e os acampamentos nos quartéis.

Polícia Federal aumenta cerco a influenciadores digitais que incitaram os atos do 8 de janeiro

Foto: Polícia Federal/ Divulgação

“A Festa não é no QG”, diz mensagem interceptada pela PF

Foto: Polícia Federal/ Divulgação

“O termo Festa da Selma foi utilizado para convidar e organizar transporte para as invasões, além de compartilhar coordenadas e instruções detalhadas para a invasão aos prédios públicos.

Os organizadores da invasão fizeram recomendações expressas para que idosos e crianças não fossem levados nos atos e para que a militância bolsonarista se preparasse para enfrentar a polícia. Os termos mais usados para insuflar a depredação foram “guerra”, “ocupação do Congresso” e “derrubar o governo constituído.”

Uma mensagem que circulou em um grupo de bolsonaristas dá detalhes sobre a organização dos atos golpistas:

“ATENÇÃO. Nos QGs de Brasília é apenas para hospedagem e concentração dos convidados que estão chegando. Lá que vai ser combinado: o horário e a data para a festa da Selma. Lembram da Selma né? A Festa não é no QG”.

De acordo com a PF, as investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.

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