JUSTIÇA

Corregedoria vai investigar conduta de agentes que agrediram deputada em Porto Alegre

Presidente da Comissão de Direitos Humanos foi atacada com spray de pimenta e balas de borracha ao acompanhar entrega de alimentos e água em ocupação do movimento pela moradia
Da Redação / Publicado em 18 de setembro de 2023
Corregedoria vai investigar conduta de agentes que agrediram deputada negra em Porto Alegre

Foto: Reprodução

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia sofreu violência de guardas municipais ao acompanhar entrega de alimentos e água em ocupação do MNLM

Foto: Reprodução

O comando da Guarda Municipal de Porto Alegre informou que a Corregedoria-geral da corporação abriu processo administrativo para apurar a conduta de agentes municipais que agrediram integrantes do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e a deputada estadual Laura Sito (PT-RS) no sábado, 16, no centro da capital. A medida prevê punições como advertência, suspensão ou perda do cargo.

O movimento convocou ato de apoio à ocupação Rexistência e uma caminhada até a prefeitura nesta segunda-feira, 18.

Laura relatou que estava no local na condição de presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH), da Assembleia Legislativa (ALRS).

Em depoimento à polícia civil, a parlamentar relatou que foi atacada por guardas municipais com spray de pimenta e balas de borracha enquanto acompanhava a entrega de água e alimentos a 40 famílias do MNLM que ocupam um prédio no centro histórico de Porto Alegre. Ela encaminhou um pedido de audiência ao Executivo.

“Acabo de ser agredida numa ocupação pela Guarda Municipal do prefeito bolsonarista Sebastião Melo em Porto Alegre. Levei tiro de bala de borracha e muito gás lacrimogêneo, enxergando somente por um olho. É assim que Melo age contra o povo mais pobre, que luta por moradia popular”, protestou a parlamentar em postagem com vídeo no Twitter.

Segundo o MNLM, o prédio localizado na Andradas, 1.780 estava abandonado e abrigava a “antiga companhia de arte”. O local havia sido cedido para a prefeitura para ser reformado e continuar abrigando expressões artísticas, mas segue abandonado, sem cumprir qualquer função social.

Em entrevista à Secretaria Nacional de Mulheres do PT, Laura, que é presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa (ALRS) condenou a violência política de gênero que “ganhou notoriedade e ficou mais explícita”.

“A violência política de gênero é um nome recente, mas o ódio contra mulheres que assumem cargos de poder tem raízes profundas na história da nossa sociedade”, protestou a parlamentar.

A secretária Nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, condenou o episódio. “É lastimável ver uma mulher como a Laura, combativa e calorosa, ser violentada enquanto cumpria seu papel de parlamentar e presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia do município”, condenou Moura.

“Não podemos permitir que uma política se torne um espaço alheio à presença das mulheres. Não vamos permitir isso. A Secretaria Nacional de Mulheres do partido, bem como o Coletivo Nacional de Mulheres do PT, está alerta para esse caso e todos os demais que ocorrem no Brasil”, afirmou Anne.

Comentários