JUSTIÇA

Inicia o julgamento de “Fátima de Tubarão” por crimes de 8 de janeiro

Com antecedentes por tráfico de drogas, idosa é acusada pela PGR de quatro crimes. Dois votos pela condenação foram apresentados no Supremo Tribunal Federal
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 2 de agosto de 2024
Inicia o julgamento de “Fátima de Tubarão” por crimes de 8/01

Foto: Redes Sociais/ Reprodução

Fátima, de 67 anos, está presa em Criciúma e pode pegar 17 anos e meio de detenção e multa de R$ 30 milhões

Foto: Redes Sociais/ Reprodução

Maria de Fátima Mendonça Jacinto, a idosa que ficou conhecida após os atos golpistas de janeiro de 2023 como “Fátima de Tubarão”, começou a ser julgada pelo plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 2. O ministro relator do caso pediu que ela seja condenada por quatro crimes, a 17 anos e seis meses de detenção e pague uma multa de R$ 30 milhões.

Fátima é acusada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por incentivar e participar das invasões que culminaram com a vandalização das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Com 67 anos de idade, ela aguarda a decisão em prisão preventiva na penitenciária feminina de Criciúma, Santa Catarina. Cinco Habeas Corpus para a soltura da idosa foram negados até agora.

Além de ter exercido influência sobre outros envolvidos nos atos de 8 de janeiro, pesou contra ela uma condenação por tráfico de drogas e outros crimes aos quais responde, conforme noticiado em primeira mão pelo Extra Classe, em 12 de janeiro de 2023.

Provas contra si

A ré viralizou na internet por vídeos feitos por outro golpista durante os atos na Praça dos três Poderes. “Vamos para a guerra, vou pegar o Xandão agora!”, bradava Fátima na ocasião.

A idosa foi presa no dia 27 de janeiro, na terceira fase da Operação Lesa Pátria.

Posteriormente, após quebra do seu sigilo telefônico foram encontrados áudios nos quais Fátima afirmava estar no “pelotão de frente” dos ataques de 8 de janeiro. Foi um áudio enviado por WhatsApp a uma pessoa identificada como Cezar Meneguel. Fátima usou o codinome “Ovelha” na mensagem.

Oito dias após o atentado golpista de 8 de janeiro, a acusada disse em mensagem enviada a uma interlocutora chamada Karla: “Só o que fiz foi caga (sic) no vaso do Xandão, não nego”, disse Fátima na gravação.

No vídeo que viralizou durante a vandalização ela gritava para quem a gravava: “Quebrando tudo e cagando nessa bosta aqui”.

Os crimes

Fátima é acusada pela PGR pelos crimes de Associação Criminosa, Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado, Deterioração de Patrimônio Tombado e Dano Qualificado.

O relator da matéria, o ministro Alexandre de Moraes acatou a denúncia e defende 5 anos e 6 meses de reclusão por Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito; 6 anos e 6 meses por Golpe de Estado; 2 anos por Associação criminosa armada e 1 ano e 6 meses de detenção e 50 dias-multa, com pagamento de 1/3 do salário mínimo para cada dia-multa por Deterioração de Patrimônio Tombado.

O prazo de encerramento do julgamento de Fátima que corre ao lado da ação contra João Oliveira Antunes Neto, também envolvido no 8 de janeiro, se encerra na próxima sexta-feira, 9. Até o momento, o voto do relator foi seguido pelo ministro Flávio Dino.

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