O MST (Movimento dos Sem-Terra) vive um novo momento nas negociações com a administração estadual, apesar de não ter materializado até agora nenhuma conquista relevante em seis meses de governo. “Nossa relação agora é bem diferente do passado. Estamos sendo recebidos, nossas reivindicações estão sendo colocadas na mesa e há negociação”, festeja Irma Ostroski, da coordenação estadual do MST. Durante a campanha eleitoral, Olívio Dutra prometeu assentar 10 mil famílias em quatro anos. Em março, o governador anunciou o assentamento de 800 famílias este ano com recursos exclusivamente do Estado. A proposta foi considerada satisfatória.
Há cerca de 4 mil famílias acampadas em todo o estado atualmente, vivendo em situação de calamidade. Para melhorar as condições dessas pessoas, o governo estadual destinou R$ 5 milhões e subsídios para alimentação, principalmente leite para as crianças. Apesar das relações com o governo estarem diferentes, Irma afirma que o movimento dos sem-terra continua o mesmo: “Autônomo e independente”, diz Irma.
O MST exige que o governo federal promova a reforma agrária e critica o recém lançado Programa Novo Mundo Rural. A líder sem-terra considera o projeto “puro negócio” com a terra. “As pessoas vão acabar endividadas, terão de devolver as terras para o banco e acabarão inadimplentes para o resto da vida”, ataca. O MST, segundo a dirigente, continua defendendo as desapropriações como forma de resolver o problema agrário no país.