Judeus contra Bolsonaro
Foto: reprodução YouTube
Seguindo o movimento que reúne mais de dois milhões de mulheres, organizado recentemente pelas redes sociais com o coletivo Mulheres Contra Bolsonaro, um grupo de judeus está promovendo um abaixo-assinado digital contrário ao candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL). Intitulado Judeus Contra Bolsonaro, o movimento iniciou nesta terça-feira, 18 de setembro, se posiciona contra o que qualificaram de “visão intolerante” do político, referindo-se aos comentários de cunho machista, misógeno e homofóbico proferidos pelo deputado federal em entrevistas e vídeos disponíveis na internet. Judeus contra Bolsonaro já conta com mais 1,3 mil assinaturas.
“Como minoria, somos solidários a todos os grupos hostilizados por este candidato e nos unimos a eles no combate à intolerância e ao preconceito”, diz o texto publicado pelo grupo na página do abaixo-assinado. O movimento é coordenado por Mauro Nadvorny, membro do grupo Judeus Progressistas e da J-Amlat (movimento em construção de judeus latinoamericanos de esquerda) e que atualmente vive em Israel.
Foi ele, também, quem coordenou as manifestações contrárias a uma palestra que Bolsonaro realizaria na Sociedade Hebraica de São Paulo, em março de 2017. O movimento conseguiu mais de 3 mil assinaturas para que o evento não fosse realizado. Acabou sendo cancelado pela instituição paulista. Em abril do mesmo ano, apesar das manifestações contrárias, o político palestrou em um encontro realizado na Hebraica do Rio de Janeiro, onde fez ataques a indígenas e quilombolas. “Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com eles”, disse o candidato, à época, para uma plateia de aproximadamente 300 pessoas.
Logo após, ainda em 2017, parlamentares e a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) entraram com duas representações na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a abertura de investigação contra o deputado federal pelo crime de racismo. O julgamento foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF) e foi arquivado, por voto final do ministro Alexandre de Moraes, no dia 11 de setembro deste ano.
“Ao justificar a violência como método, hostilizar mulheres, negros, oposicionistas políticos e quem não concorda com “sua” noção de normalidade sexual, Bolsonaro se coloca no mesmo patamar de doutrinas que tanto sofrimento causaram ao povo judeu e a todo o mundo”, diz o texto dos organizadores do abaixo-assinado.
O site pode ser acessado na plataforma Change.Org.