Flagrantes de trabalho escravo chegam a 1.723 só em 2018
![Grupo Móvel do Ministério do Trabalho e Procuradores do Ministério Público do Trabalho estão fiscalizando fazendas nos três estados da região Sul](https://www.extraclasse.org.br/wp-content/uploads/2018/12/banner_fiscal-MPTRS.jpg)
Foto: MPT/RS/ Divulgação
Grupo Móvel do Ministério do Trabalho e Procuradores do Ministério Público do Trabalho estão fiscalizando fazendas nos três estados da região Sul
Foto: MPT/RS/ Divulgação
Levantamento da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), foram flagrados no Brasil, em 2018, 1.723 trabalhadores em condições análogas às de escravo – 523 trabalhadores em área urbana e 1.200 casos no meio rural.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu 1.251 denúncias, ajuizou 101 ações civis públicas e celebrou 259 termos de ajuste de conduta (TACs) relacionados a trabalho escravo. Um dos casos foi na cidade de Bom Retiro, em Santa Catarina, onde foram resgatados, em dezembro do ano passado, 22 trabalhadores em condições análogas à de escravos. Outra ação do grupo móvel de auditores do Ministério do Trabalho resgatou 58 pessoas em lavouras de quatro fazendas de Ponta Grossa, no Paraná.
![Os trabalhadores foram recrutados no Piauí para fazer a colheita de cebola em diversas propriedades da serra catarinense, sendo transportados sem prévia comunicação ao Ministério do Trabalho e sem registro em carteira](https://www.extraclasse.org.br/wp-content/uploads/2018/12/DSC03060-208x370.jpg)
Foto: Divulgação/ MPTSC
Trabalhadores foram recrutados no Piauí para fazer a colheita de cebola em diversas propriedades da serra catarinense
Foto: Divulgação/ MPTSC
A coordenadora regional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete), procuradora do Ministério Público do Trabalho Lys Sobral Cardoso, afirmou que os casos de trabalho escravo urbano têm como um dos fatores o êxodo rural, que continua acontecendo no país. “Os trabalhadores continuam saindo do meio rural para o meio urbano. Por falta de oportunidades, eles se sujeitam a qualquer oferta de trabalho que surge, o que aumenta sua vulnerabilidade”, explicou a procuradora.
Entre as atividades econômicas com maior número de trabalhadores nessas condições estão a pecuária e o cultivo de café. Segundo dados do Observatório Digital do Trabalho Escravo no Brasil, 30,9% dos trabalhadores em condições análogas às de escravo são analfabetos e 37,8% possuem até o 5º ano incompleto.
A ferramenta foi desenvolvida pelo MPT em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e reúne de maneira integrada o conteúdo de diversos bancos de dados e relatórios governamentais sobre o tema.