MOVIMENTO

Centrais anunciam greve geral para 14 de junho

Pela primeira vez na história, centrais sindicais e movimento social se uniram em atos no Dia do Trabalhador contra a aprovação da proposta de reforma da Previdência do governo Bolsonaro
Por Valéria Ochôa / Publicado em 1 de maio de 2019
Ato no Dia dos Trabalhadores contra a reforma da Previdência

Manifestação em Porto Alegre foi realizada na Orla do Guaíba reunindo trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos

Foto: Igor Sperotto

Cerca de 3 mil trabalhadores e servidores públicos participaram nesta quarta-feira, 1º de Maio – Dia Internacional dos Trabalhadores, de caminhada, seguida de ato político contra a reforma da Previdência, na Orla do Guaíba, região central da capital gaúcha. “Um ato representativo, que mostra a unidade das centrais sindicais e do movimento social na construção da greve geral do dia 14 de junho, na defesa dos direitos e da aposentadoria, por mais empregos e salários decentes, contra as privatizações e em defesa da soberania nacional”, destacou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo. “Estamos falando também pelos milhões de desempregados deste país”.

Manifestação contra a reforma da Previdência em Porto Alegre - Claudir Nespolo - presidente da CUTRS

Nespolo: Estamos aqui também em nome dos milhões de desempregados deste país

Foto: Igor Sperotto

Professores públicos e privados foram presenças marcantes do ato desta quarta. “A categoria dos professores é uma das mais penalizadas com esta proposta. Os docentes levarão mais tempo para se aposentar, isso gera um grande problema que é a empregabilidade dos professores com idade mais avançada, ainda sem condições de se aposentar”, afirmou Marcos Fuhr, diretor do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS).

“Sem a massa na rua, sem trabalhador mobilizado, não tem como barrar esta proposta de reforma que acaba com a aposentadoria para milhares de trabalhadores”, alertou Juliano Rosso, dirigente do PCdoB. No mesmo palanque, próximo à Usina do Gasômetro, representantes dos partidos de esquerda, das centrais sindicais – CUT, Força Sindical, Intersindical, CPSP-Conlutas, Nova Central, CGTB, CSB e UGT, estudantes e do movimento social. Nas falas também pedido de justiça para o assassinato da vereadora carioca Marielli Franco (Psol), ocorrido em março de 2018; e de liberdade para o ex-presidente Luiz Inácio Lula as Silva (PT), preso em Curitiba em abril do ano passado.

Manifestações contra a reforma da Previdência também foram realizadas em diversas cidades do interior do Rio Grande do Sul (fotos na galeria baixo), como Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Pelotas, Rio Grande, Passo Fundo, Ijuí, Caxias do Sul, Erechim, Bagé, Alegrete, Uruguaiana e Santa Rosa.

Em São Paulo, a estimativa dos organizadores é de que pelo menos 200 mil pessoas participaram do ato no Vale do Anhangabaú, na região central de São Paulo. Atos também foram realizados em Piauí, Paraná, Minas gerais, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Sergipe com a mesma agenda: manifestar a posição dos trabalhadores contra a reforma da Previdência.

Na próxima segunda-feira, 6 de maio, dirigentes das centrais vão se reunir em São Paulo para fazer um balanço das manifestações do Dia dos Trabalhadores e discutir os próximos passos da mobilização.

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