MOVIMENTO

Greve nacional da educação será no dia 15

Entidades representativas da educação pública e privada paralisarão as atividades e realizarão atos contra a reforma da Previdência e cortes na educação
Da Redação / Publicado em 13 de maio de 2019

Greve Nacional da Educação

Foto: CUT/Divulgação

Foto: CUT/Divulgação

As trabalhadoras e os trabalhadores da educação básica e superior, pública e privada de todas as regiões do país,  anunciaram que cruzarão os braços nesta quarta-feira, 15, em protesto pelos cortes de verbas para educação, anunciados na semana passada pelo ministro da Educação Abraham Weintraub, e contra a reforma da Previdência.

O anúncio do corte de verbas aumentou o apoio à greve nacional da categoria, convocada no início de abril pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) para defender a aposentadoria e o ensino público e funcionar como um esquenta para a greve geral da classe trabalhadora para o dia 14 de junho.

“A adesão à greve nacional da educação, que já era considerável em todo o país, cresceu ainda mais depois que o governo anunciou o corte de investimentos na área e está atraindo o apoio de pais, mães e alunos preocupados com os rumos do ensino público no Brasil”, disse o presidente da CNTE, Heleno Araújo.

Segundo ele, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 06/2019, da reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL), tem como objetivo destruir a aposentadoria do povo brasileiro, em especial a das trabalhadoras e a dos trabalhadores da educação. A PEC acaba com a aposentadoria por tempo de contribuição e institui a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres, aumenta o tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos e altera as regras especiais de trabalhadores e trabalhadoras rurais e professores.

As professoras, destaca Araújo, serão ainda mais prejudicadas se a reforma for aprovada. “As professoras que ingressaram na carreira até 2003 vão ter que trabalhar 10 anos a mais e as que ingressaram depois de 2004 serão de trabalhar 15 anos a mais para receber benefícios menores”, explica Heleno, que questiona: “Como é que nós professores, ocupação considerada penosa, conseguiremos trabalhar até 65 anos, ou no caso das professoras, até 62 anos?”.

O diretor executivo da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e coordenador da Secretaria de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino (Contee), José De Ribamar Barroso, que representa os professores e professoras da rede particular de ensino, diz que os educadores das escolas particulares vão sofrer ainda mais que os da rede pública com a reforma de Bolsonaro. “Os trabalhadores da educação privada não vão mais conseguir se aposentar”. De acordo com Ribamar, para o pessoal do setor privado essa reforma é ainda mais cruel porque quanto mais experiência e formação o docente adquire, mais caro ele fica para a empresa que prefere trocá-lo por um profissional em início de carreira ganhando menos.

Congelamento compromete universidades e educação básica

Segundo dados levantados pela Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados, o congelamento de recursos do Ministério da Educação e Cultura (MEC) compromete R$ 2,1 bilhões nas universidades e R$ 860,4 milhões dos Institutos Federais.

Mesmo a educação básica, apontada como prioridade por Bolsonaro durante a campanha eleitoral, sofreu um corte de R$ 914 milhões.

“Estes cortes estão prejudicando a merenda e o transporte escolar das nossas crianças da educação básica, além, claro, de prejudicar toda educação pública, cortando recursos de manutenção e de pesquisa”, explicou Heleno Araújo, da CNTE. Para Ribamar, o projeto deste governo é atender os interesses do capital, que está representado na esplanada do ministério com a pasta mais poderosa.“O governo faz um corte que vai acabar com os Institutos e Universidades Federais e a demanda vai para o setor privado e quem preside a Associação Nacional das Universidades particulares do Brasil é Margareth Guedes, irmã de  Paulo Guedes, ministro da Economia”, denuncia o dirigente.


Programação no RS para o dia 15 de maio

ALEGRETE
Concentração às 10h no calçadão junto à Balbúrdia Pedagógica, exposição de trabalhos científicos. Show e ato público a partir das 15h.

BAGÉ 
Concentração às 14h na Praça do Coreto, seguido de manifestações. Às 18h, caminhada até a Praça dos Esportes.

CANOAS
Ato unificado, às 13h, na Praça da Emancipação, em frente à prefeitura municipal. Às 14h, caminhada até a Praça do Avião. E às 18h participação do ato unificado em Porto Alegre.

CERRO LARGO
Pela manhã, a partir das 9h, debate/aula publica no bloco bloco A da UFFS. Às 13h45 concentração na UFFS, seguida de caminhada até a praça central, quando haverá um ato público

CRUZ ALTA
Ato unificado às 9h, na Praça da Matriz. Plenária às 14h na Casa de Cultura.

ERECHIM
Concentração às 16h na Praça dos Bombeiros. Às 17h, marcha até a Praça da Bandeira. Às 18h, aula pública em frente à prefeitura municipal.

OSÓRIO
Concentração, às 13h, no Largo dos Estudantes, seguida de aula pública.

PASSO FUNDO
Ato às 9h na Praça Teixeirinha. Às 15, ato na Câmara dos Vereadores. A partir das 18h30, concentração para o 2º ato na Praça Teixeirinha. às 20h30, caminhada para a Esquina Democrática.

PELOTAS
Concentração às 14h no Mercado Público. Ato com participação do movimento estudantil, movimento sindical e partidos. Paralisação dos servidores e professores da Ufpel e Ifsul. Às 16h30 caminhada até a Ifsul.

PORTO ALEGRE
Concentração às 13h, na frente do IE/Faced, seguida de caminhada até o INSS, no centro. Ato às 18h na Esquina Democrática.

RIO GRANDE
Concentração às 15h no Largo Dr. Pio. Às 17h30, saída em caminhada até o Instituto Juvenal Müller, seguida de caminhada luminosa pela Silva Pires.

SANTA CRUZ DO SUL
Concentração às 9h, na praça em frente à Lothar Krause.

SANTA MARIA
Audiência pública, às 18h30, no plenário da Câmara Municipal de Vereadores em Defesa da Universidade Federal de Santa Maria.

SANTA ROSA
Aula pública às 8h30 em frente ao Ministério Público (Rua Buenos Aires), seguida de ato.

SANTO ÂNGELO
Concentração às 8h na Praça do Brique, seguida de caminhada até a Catedral.

URUGUAIANA
Concentração ÀS 13h30, na esquina da Associação dos Funcionários Municipais de Uruguaiana (AFMU), seguida de caminhada e ato público

Universidades e categorias que já decidiram parar dia 15, ou que estão se mobilizando pelas assembleias de base:

ACRE
UFAC (paralisa)

ALAGOAS
IFAL (paralisa)
UFAL (paralisa)
UNICSAL (paralisa)
UNIFAL (paralisa)

AMAZONAS
UFAM (paralisa)

BAHIA
IFBA (paralisa)
UFBA (professores e estudantes paralisam)
UNEB (em greve)
UESC (em greve)
UESB (em greve)
UEFS (em greve)
UFRB (funcionários paralisam, assembleia dos estudantes dia 13.05)
UNILAB (funcionários paralisam)
IFES (paralisa)
Professores da rede estadual (paralisam)

CEARÁ
UFC (paralisa)
SINDUTE (trabalhadores da educação, paralisam)
IFCE (assembleia dia 15.05)

DISTRITO FEDERAL
IFB (paralisa)
UNB (paralisa)
professores da rede estadual (paralisam)

ESPÍRITO SANTO
IFES (paralisa)
UFES (paralisa)
Professores da rede municipal de serra (paralisam)
Professores da rede municipal de vitória (paralisam)

GOIÁS
UEG (paralisa)
UFG (assembleia dia 15.05)

MARANHÃO
UFMA (paralisa)
MATO GROSSO
UFMT (paralisa)
UFR (paralisa)
IFMT (paralisa)
professores da rede estadual (paralisam)

MATO GROSSO DO SUL
UFMS (paralisa)
IFMS (paralisa)
UEMS (paralisa)
ACP (professores da rede municipal de campo grande, paralisam)
UFGD (assembleia dia 13.05)

MINAS GERAIS
CEFET (paralisa)
UFJF (paralisa)
UNIFAL (paralisa)
UNISuldeminas (paralisa)
UFOP (paralisa)
UNIMONTES (paralisa)
UFSJ (paralisa)
IFMG (paralisa)
UEMG (paralisa)
UFMG (paralisa)
IFNMG (paralisa)
IFTM (paralisa)
UNIFEI (funcionários paralisam)
UFU (professores e funcionários paralisam, assembleia dos estudantes dia 14.05)
UFV (assembleia dia 13.05)
UFLA (assembleia dia 13.05)
UNIFEI (assembleia dia 13.05)
UFTM (assembleia dia 14.05)
professores da rede estadual (paralisam)
PUC-MG (assembleia dia 14.05)

PARAÍBA
IFPB (paralisa)
UFCG (paralisa)
UFPB (paralisa)
UEPB (paralisa)

PARÁ
IFPA (paralisa)
UFPA (paralisa)
UNIFESSPA (paralisa)
UFRA (paralisa)
UEPA (paralisa)
UFOPA (assembleia dia 10.05)

PERNAMBUCO
IFPE (paralisa)
UFRPE (professores e funcionários paralisam)
UFPE (professores paralisam)
UPE (professores paralisam)
UNIVASF (paralisa)
SINTEPE (professores da rede estadual, paralisam)
SIMPERE (professores da rede municipal de recife, paralisam)

PARANÁ
IFPR (paralisa)
UNILA (paralisa)
UNIOESTE (professores paralisam, assembleia dos estudantes dia 13.05)
UEM (paralisa)
UTFPR (estudantes incorporam ao dia de lutas, estão em recesso)
UNICENTRO (assembleia dia 14.05)
UEL (assembleia dia 13.05)
UFPR (assembleia dia 13.05)

PIAUÍ
IFPI (paralisa)
UFPI (paralisa)

RIO DE JANEIRO
FAETEC (paralisa)
CEFET (paralisa)
Sepe (profissionais da educação, paralisam)
Professores da rede estadual (paralisam)
CEDERJ (paralisa)
IFRJ (paralisa)
UFF (paralisa)
UFRRJ (paralisa)
UNIRIO (paralisa)
Colégio Pedro II (paralisa)
UFRJ (paralisa)
PUC-RJ (paralisa)
IFF (paralisa)
UERJ (paralisa)
SINPRO (professores da rede particular, paralisam)
INES (funcionários paralisam, assembleia dos estudantes dia 13.05)

RONDÔNIA
UNIr (assembleia 13.05)

RIO GRANDE DO NORTE
IFRN (paralisa)
UFRN (paralisa)
UERN (paralisa)
UFERSA (funcionários paralisam)
SINTE (professores da rede estadual paralisam)

RIO GRANDE DO SUL
CPERS (professores da rede estadual, paralisam)
IFRS (paralisa)
UFRGS (paralisa)
UFPEL (paralisa)
UCPEL (paralisa)
UFCSPA (paralisa)
UNIPAMPA (paralisa)
IFSUL (paralisa)
FURG (paralisa)
UERGS (paralisa)
IFFAR (paralisa)
UFSM (assembleia dia 13.03)

SANTA CATARINA
IFSC (paralisa)
IFC (paralisa)
UDESC (paralisa)
UFSC (paralisa)
UFFS (paralisa)

SÃO PAULO
APEOESP (professores da rede estadual, paralisam)
IFSP (paralisa)
UFABC (estudantes incorporam ao dia de lutas, estão em recesso, funcionários paralisam)
UFSCAR / geografia (paralisado de 08.05 até 15.05)
UFSCAR / geral (assembleia dia 13.05)
UNICAMP (paralisa)
UNICAMP Limeira (paralisa)
UNIFESP Diadema (paralisa)
UNIFESP Guarulhos (paralisa dias 14 e 15)
UNIFESP Baixada Santista (paralisa)
UNIFESP São Paulo (paralisa)
UNIFESP Zona Leste (paralisa)
UNIFESP Osasco (paralisa)
UNIFESP São José dos Campos (paralisa)
UNESP Assis (paralisa)
UNESP Bauru (paralisa)
UNESP Marília (paralisa)
UNESP Araraquara (paralisa)
UNESP Jaboticabal (paralisa)
UNESP Rio Claro (paralisa)
UNESP Botucatu (paralisa)
UNESP Franca (paralisa)
UNESP São Vicente (paralisa)
UNESP Guará (paralisa)
UNESP São Paulo (paralisa)
UNESP Guararinguetá (paralisa)
UNESP Ourinhos (assembleia dia 13.05)
UNESP Prudente (assembleia dia 13.05)
UNESP Araçatuba (assembleia dis 13.05)
UNESP Rio Preto (assembleia dia 13.05)
UNESP Ilha Solteira (assembleia dia 13.05)
UNESP Rosana (assembleia dia 13.05)
UNESP São José dos Campos (assembleia 13.05)
SINPRO (professores da rede particular, alguns setores paralisam)
USP Ribeirão (professores e estudantes paralisam)
USP (professores e estudantes paralisam)
USP Pirassununga (professores e estudantes paralisam)
USP São Carlos (professores paralisam, assembleia dia 13.05)
USP Largo São Francisco (professores paralisam, assembleia dos estudantes dia 13.05)
USP Lorena (professores paralisam, assembleia dos estudantes dia 13.05)
APG USP (assembleia dia 14.05)
PUC-SP (assembleia dia 14.05)

SERGIPE
UFS (paralisa)

TOCANTINS
UFT Palmas (professores e estudantes paralisam)
UFT Porto Nacional (professores e estudantes paralisam)
UFT Miracema (professores e estudantes paralisam)
UFT Arraias (professores e estudantes paralisam)
UFT Araguaína (professores e estudantes paralisam)
UFT Tocantinópolis (professores e estudantes paralisam)
UFT Gurupi (professores e estudantes paralisam)

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