Paralisação do transporte deve puxar Greve Geral
Foto: Igor Sperotto
Uma nota divulgada na terça-feira, 11, pela direção do Sindicato dos Metroviários do Rio Grande do Sul (Sindimetrô/RS) orientando os usuários a não se deslocarem até as estações na próxima sexta-feira, dia 14 de junho, confirmou o que os dirigentes sindicais vinham destacando no contato com trabalhadores nos seus locais de trabalho pelo estado ao longo dos últimos dias: os trens não irão funcionar durante o dia de Greve Geral convocado pelas centrais sindicais contra a reforma da Previdência, o desemprego e em defesa da educação.
O comunicado dos metroviários confirma a decisão tomada em assembleia pela categoria, que decidiu paralisar suas atividades, por 24 horas, “para fortalecer a luta da classe trabalhadora contra o fim da aposentadoria”. O presidente do Sindimetrô-RS, Luis Henrique Chagas, ressaltou que os metroviários vêm denunciando um processo de privatização do trem. “Somos contra esse projeto que extingue o direito à aposentadoria e também contra a privatização da Trensurb, uma empresa economicamente saudável e que presta um relevante serviço à população usuária”, ressaltou.
Em coletiva na manhã desta quarta-feira, 12, lideranças das centrais sindicais apresentaram um balanço das categorias de trabalhadores que já confirmaram a participação na greve até o momento. A unidade das centrais na organização do movimento e na mobilização dos trabalhadores pelo estado foi destacada pelas lideranças da CUT-RS, CGTB, CSP Conlutas, Intersindical, NCST, UGT, Força Sindical e Pública – Central do Servidor. Lideranças estudantis da UNE e DCE da Ufrgs ressaltaram a adesão ao movimento diante dos cortes de verbas das universidades públicas.
O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, destacou que as assembleias de trabalhadores das mais diversas categorias realizadas até o momento em ao menos 150 municípios já aprovaram a participação na greve e farão atos nessas cidades no final do dia.
CATEGORIAS – “Sapateiros, químicos, professores, trabalhadores da alimentação, metroviários, rodoviários, metalúrgicos, enfim, todas as categorias estão mobilizadas em todo o estado, assim como os trabalhadores rurais, de forma unitária, aderiram à greve. Serão organizados atos no final da tarde nesses municípios e em Porto Alegre”, destacou.
No país, 4,5 milhões de trabalhadores e trabalhadoras da educação pública vão paralisar. Em todo o estado é esperada a adesão dos professores públicos organizados pelo Cpers-Sindicato. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, explicou que nenhuma escola pública deste país vai funcionar, mas os alunos não serão prejudicados: “A categoria tem um compromisso histórico de lutar por direitos sem prejudicar os alunos e em todas as paralisações se preocupa com um planejamento especial de reposição de aulas”. Os docentes do ensino privado realizaram assembleia em maio e definiram que irão participar da greve. Em 2017, a categoria também aderiu à paralisação de 28 de maio contra o projeto de reforma da Previdência de Temer. “Esperamos que a categoria de uma resposta igual ou maior à greve de 2017, quando parou 22 instituições”, afirma Nespolo.
De acordo com os dirigentes das centrais, trabalhadores das empresas de ônibus dos municípios da Grande Porto Alegre e Vales já confirmaram a adesão à paralisação. Em Porto Alegre, as lideranças sindicais promoveram encontros com motoristas e cobradores por empresa. Os ônibus da capital estão mobilizados, mas não declararam formalmente apoio à greve devido a perseguições em algumas empresas de ônibus. “Os trabalhadores do transporte coletivo de Porto Alegre também irão parar, pois são duplamente prejudicados pela proposta de reforma da Previdência”, aposta Nespolo. “A orientação é para que a população não saia de casa, pois o transporte público não vai funcionar ao longo de todo o dia”, reforça o dirigente nacional do CSP Conlutas, Érico Corrêa.