Igreja católica pede emergência alimentar na Argentina
Com um duro documento da Comissão Episcopal de Pastoral Social (Cepas) emitido no final de agosto, os bispos católicos da Argentina solicitaram ao seu governo federal a declaração de estado de emergência alimentar e nutricional no país.
Para os religiosos, a medida é necessária para fazer frente ao “severo aumento da indigência e da pobreza”. A população mais vulnerável é a mais atingida pela série de crises econômicas do governo liberal de Mauricio Macri.
Presidida pelo bispo de Lomas de Zamora, dom Jorge Lugones, a Cepas considera necessário implementar urgentemente uma cesta básica para a primeira infância, com produtos essenciais que possam ser distribuídos gratuitamente ou com seu custo subsidiado.
A demanda da Igreja Católica está em sintonia com vários setores da oposição. Os prelados argentinos consideram que a ajuda do governo aos setores mais vulneráveis não é suficiente para enfrentar as consequências da política de ajuste permanente aplicada há quase quatro anos por Macri.
Cáritas apoia medida
O presidente da Cáritas Argentina, dom Carlos José Tissera, bispo de Quilmes, afirmou que a organização de caridade assina embaixo do pedido da Cepas. Para o bispo, são necessários “esforços contínuos para alcançar o desenvolvimento humano integral e a unidade de nosso povo diante dos desafios colocados pela delicada situação social”.
O documento da Cepas dirigida ao governo da Argentina lembra que o Papa Francisco afirma “que a fraternidade é o principal fundamento da solidariedade”. No documento, os bispos dizem que é necessário políticas eficazes para promover esse principio de fraternidade, encerrando com “não é possível morre-se de fome na Pátria bendita do pão”.
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