8M em defesa da democracia

Foto: Cristiano Golschmidt

Milhares de mulheres participaram neste domingo, 8 de março, em todo o país, das manifestações do Dia Internacional da Mulher, mobilização nacional convocada contra o desmonte do estado, em defesa da vida das mulheres, da educação, da saúde, do emprego, da aposentadoria, dos serviços públicos e da democracia.

Na capital gaúcha, o evento, batizado de 8M em Defesa da Democracia, ocorreu pela manhã na Praça Júlio Mesquita, mais conhecida como a praça do aeromóvel, em frente à Usina do Gasômetro, tradicional ponto turístico da capital gaúcha. Centenas pessoas do movimento social e sindical se aglomeraram para conferir uma programação intensa. A Central Única dos Trabalhadores (CUT/RS) convocou o público para a Marcha das Mulheres, que ocorre nesta segunda-feira, 9, com concentração a partir das 17h no Largo Glênio Peres.

“Por mais que historicamente, a data 8 de março esteja relacionada a condições de trabalho e vida de mulheres brancas, hoje a nossa agenda de luta está ampliada: contra a violência e pela nossa sobrevivência (uma mulher é morta a cada 7 horas, por feminicídio); pela igualdade nos locais de trabalho e em outras esferas sociais; e pela extensão da luta a tantas outras mulheres (negras, indígenas e trans, por exemplo)”, expressa a professora Patrícia Dyonisio de Carvalho, diretora do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS).

Diferentes manifestações artísticas e falas de lideranças políticas do campo progressista integram a programação, com destaque para a pré-candidata à prefeita de Porto Alegre, Manuela d’Ávila (PCdoB).

Muito aplaudida em sua chegada e cercada por crianças e mulheres, Manuela falou sobre a importância do dia 08 de março e do movimento em torno da data: “Um movimento bonito, com mulheres de vários movimentos sociais, com alguns homens juntos neste dia 08 de março denunciando que o dia da mulher é um dia de muita luta, porque ainda falta muito pra que a nossa vida seja uma vida com a mesma dignidade que a vida da maior parte dos homens”.

E destacou: “quando uma cidade é boa para nós, mulheres, ela é boa pra todo mundo, porque pra ser boa pra nós, tem que ter creche pras crianças, tem que ter consulta no posto pra gente não perder o trabalho, nós temos que andar sem medo nas ruas, e a gente sente medo por várias razões, pela violência sexual, pelo assédio. Então, acho que o nosso sonho é fazer uma cidade boa, porque quando é boa pra nós, é boa pra todo mundo.”

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Atos e protestos

Durante todo o mês de março, centrais sindicais e movimento social realizarão atos contra o desmonte do estado, em defesa da vida das mulheres, da educação, da saúde, do emprego, da aposentadoria, dos serviços públicos e da democracia No Rio Grande do Sul, atos, protestos e manifestações artísticas foram realizados em Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Rio Grande, Santa Rosa, Santa Maria, Passo Fundo, Venâncio Aires, São Leopoldo, entre outras.

Três datas referências marcam as mobilizações:

8M – Dia Internacional da Mulher
Mobilização pelo fim da violência contra mulheres, trabalho digno e garantias trabalhistas, direitos reprodutivos, política ambiental e em defesa da democracia. As atividades não ficarão restritas apenas ao dia 8.

14M – Manifestações marcarão os dois anos do assassinato da vereadora Marielle Franco e de Anderson Pedro Gomes, em março de 2018.
Até hoje os mandantes do crime não foram identificados e punidos.

18M – Dia de Luta da Educação e em Defesa dos Serviços Públicos, Empregos, Direitos e Democracia
Além da precarização do trabalho provocada pela reforma trabalhista e o fim da aposentadoria, com a reforma da Previdência, as centrais sindicais alertam para a MP 905 do governo Bolsonaro (carteira verde amarela), em tramitação no Congresso Nacional, que reduz direitos para jovens, libera o trabalho sem hora extra aos domingos, taxa os desempregados e beneficia os empresários com redução de impostos e FGTS. Também, para o desmonte das políticas públicas, redução dos investimentos na educação e saúde, queda da economia, desemprego, privatizações e ataques aos servidores públicos.

Confira a agenda nas maiores cidades do Rio Grande do Sul:

CAXIAS DO SUL
8/3 – domingo, 15h, no Parque dos Macaquinhos, atividades culturais, feira de economia e criativa.
14/3 – sábado, 8, 9h30, na Praça Dante Alighieri, ato unificado – Quem mandou matar Marielle?

OSÓRIO
8/3 – domingo, 14h, na Praça das Carreatas, 5ª ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres, com roda de conversa.

PASSO FUNDO
7/3 – sábado, 14h, Festival Lugar de Mulher, na Gare.
8/3 – domingo, das 8h às 9h, Corrida só pra elas, na Planaltina; 16h, Ato unificado, Praça Teixeirinha; 18h, Espaço Rito, Toca das Ratonas.
9 a 14/3 – Simpósio de Educação Popular e Saúde, na UFFS.
12/3 – quinta-feira, 20h – Quinta Filosófica, na Vaca Profana

PELOTAS
7/3 – sábado, 10h, concentração no Chafariz, com performance, batuque, mostra fotográfica, seguida de Marcha rumo ao Altar da Pátria.
8/3 – domingo, 14h, retomada do Altar da Pátria, com a produção de bandeira feminista e discotecagem com DJ Talita.
11/3 – quarta-feira, 18h30, roda de conversa sobre violência e silenciamento das mulheres, campus II
14/3 – sábado, 10, ato por justiça para Marielle Franco, no Chafariz do Calçadão; e às 15h, festa Boteco das Minas: Marielle Vive!, no Q-Sabor (Tiradentes, 25)
25/3 – quarta-feira, 19h, audiência pública acerca de políticas públicas sobre sexualidade e saúde da mulher, na Câmara de Vereadores.

PORTO ALEGRE
8/3 – domingo, 10h às 13h, atividades culturais junto aos blocos de carnaval, na Orla do Guaíba.
9/3 – segunda-feira, 14h, rodas de conversa no Largo Glênio Peres; 17h30, ato unificado no mesmo lugar.
14/3 – sábado, 12h – Ato público na esquina – Dois anos sem resposta: Quem mandou matar Marielle?
17h, concentração no Largo Glênio Peres para a Marcha das Mulheres, que irá tomar as ruas do centro da Capital “pela vida das mulheres e contra a destruição das políticas públicas”.
18/3 – quarta-feira, 18h, ato na Esquina Democrática.

RIO GRANDE
6/3 – sexta-feira, 16h, ato no Largo Carmen da Silva (Coreto da Praça Tamandaré); e, 19h, sessão da Câmara de Vereadores.
8/3 – domingo, 16h, ato no Quiosque da Cultura, no Cassino.
28/3 – sábado, 14h, atividades na Praça da Cohab IV (ao lado da Escola Carlos Lorea Pinto).

SANTA CRUZ DO SUL
7/3 – sábado, 9h, música poesia e roda de conversa, na Praça Getúlio Vargas

SANTA ROSA
10/3 – terça-feira, 19h, palestra sobre as diferentes violências praticadas contra a mulher, ministrada pela delegada da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Josiane Froelich.