Esquerda e Direita vão às ruas contra Bolsonaro
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A falta de oxigênio em Manaus (AM) e o bate-cabeças do governo Bolsonaro na politização da vacina contra a covid-19 foi a gota que faltava – para desencadear uma onda de manifestações a favor do impeachment do ex-capitão do Exército.
No próximo final de semana, polos que se antagonizaram no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) se unem pelo afastamento de Jair Bolsonaro da presidência do Brasil.
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As atividades devem iniciar nesta sexta-feira, 22, com um panelaço convocado pelo movimento Vem pra Rua. No sábado, as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo protagonizam carreatas em 17 estados e no Distrito Federal – são 15 capitais e oito cidades confirmadas até agora.
Domingo será a vez dos movimentos Brasil Livre (MBL) e Vem pra Rua, ex-aliados do golpe e aliados de Bolsonaro, que prometem colocar carros no asfalto de oito capitais brasileiras.
Além do MBL e do Vem pra Rua, João Amoedo, que foi candidato à presidente em 2018 pelo Novo, e o movimento Acredito também se somam aos protestos que até então eram uma bandeira da esquerda nacional.
A movimentação pela saída de Bolsonaro tem seguido uma crescente desde os últimos acontecimentos que aterrorizaram a sociedade brasileira que, de uma hora para a outra, começou a perceber que está sendo isolada internacionalmente.
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Na última quarta-feira, 20, a hashtag #ForaBolsonaro apareceu entre as mais comentadas do Brasil nas redes sociais.
Foi o chute inicial. Um dia após, Amoedo, o MBL e o Vem pra Rua lançaram um abaixo-assinado que em poucas horas ultrapassou 30 mil assinaturas. Isso, de certa forma, incentivou esses segmentos identificados como a nova direita brasileira a se mobilizar e buscar as ruas.
No meio do caminho, rusgas se evidenciaram. Ex-integrante do MBL e deputado federal pelo Novo, o gaúcho Marcel van Hattem não apoia a ideia do impeachment e, hostilizado por seus antigos companheiros, recebeu a solidariedade do vereador de São Paulo, Fernando Holiday (Patriota).
CENTRÃO – O certo é que cada vez mais surgem ameaças a Bolsonaro. Na quinta-feira, o site Congresso em Foco relatou que a tese do impeachment tem ganhado força nos últimos dias nos grupos de troca de mensagem de parlamentares do Centrão.
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Mais uma vez a falta de ação do governo federal na crise de oxigênio no Amazonas, o atraso na importação de insumos da China e as trapalhadas do Ministério da Saúde na importação de lotes da vacina da Astrazeneca da Índia mexeram com as bases políticas, que estão cobrando abertamente deputados e senadores que integram o bloco de sustentação a Bolsonaro.
EMPRESÁRIOS – A imagem do presidente também não está boa entre empresários. Nos últimos dias, dois manifestos do setor foram emitidos para cobrar do governo urgência no programa de vacinação. Nos documentos, críticas à politização da política de saúde pública por causa das eleições de 2022. Os empresários ainda pedem ao Congresso Nacional medidas para a retomada econômica, entre elas a continuidade do Auxílio Emergencial.
No primeiro manifesto, o movimento Coalizão Industrial afirma que a segunda onda da pandemia é mais forte do que se imaginava. Já no segundo documento, Prioridades aos Brasileiros, empresários ressaltam que os poderes devem fazer política de Estado e não de governo.