Trabalhadores pedem lockdown pela vida, auxílio emergencial e vacinas
Foto: Igor Sperotto
A defesa de um lockdown pela vida marcou o ato simbólico da CUT-RS, centrais sindicais, Cpers e movimentos sociais, no final da manhã desta quarta-feira, 24, em frente ao Palácio Piratini, no centro de Porto Alegre. O Rio Grande do Sul registrou 809.039 casos – 8.364 em 24 horas – e 17.748 mortes por coronavírus, sendo 249 desde terça-feira.
Usando máscaras de proteção, passando álcool em gel e respeitando o distanciamento sanitário, dirigentes sindicais e ativistas sociais denunciaram a “política de morte do presidente Jair Bolsonaro”, as 300 mil mortes de brasileiros e brasileiras na pandemia do coronavírus, o colapso da saúde, a falta de vacinas para imunizar a população e a irresponsabilidade do governador Eduardo Leite (PSDB) e de vários prefeitos, como o de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), que flexibilizaram as restrições da bandeira preta para vermelha, aumentando o risco de contaminação.
Foto: Igor Sperotto
O protesto fez parte do “Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida, da Vacina, do Emprego e do Auxílio emergencial de R$ 600”, e ocorreu após manifestações em passarelas e viadutos na capital e no interior nas primeiras horas da manhã.
Várias faixas e cartazes foram estendidos com dizeres de “vacina já para todos e todas”, “auxílio emergencial”, “lockdown já” e “Fora Bolsonaro”.
Atos na Região Metropolitana e municípios do interior
Foram organizadas mobilizações em todo o estado, com atos na capital e região metropolitana e em diversos municípios do interior. Na Grande Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo e Gravataí amanheceram com faixas e adesivos espalhados nas principais ruas e na estação do Trensurb, exigindo vacina para toda população, auxílio emergencial de R$ 600,00 e o impeachment de Jair Bolsonaro (sem partido).
No interior, Pelotas foi um dos municípios onde os protestos começaram ainda na noite de terça-feira, com a adesão ao panelaço ocorrido em todo o país após o pronunciamento do presidente da República.
Foto: Igor Sperotto
Para o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, infelizmente estamos diante de um governo genocida que não está preocupado com a vida do trabalhador brasileiro.
“Estamos aqui para afirmar o nosso posicionamento em defesa da vida e de vacina já para todos e todas”, afirmou.
Ele defendeu que somente com saúde será possível melhorar a situação econômica que estamos passando.
“Não tem economia sem pessoas protegidas. Só com saúde e vida garantida. Teremos essa realidade com vacina, com auxílio emergencial de R$ 600, com serviço público valorizado e com emprego e renda”, disse.
Vacina já para os trabalhadores da educação
Foto: Igor Sperotto
Também participaram da mobilização entidades que representam os trabalhadores e as trabalhadoras da educação, que conseguiram uma liminar que suspendeu as aulas presenciais na pandemia.
Os professores do ensino público e privado do estado vêm se mobilizando por vacinação prioritária para educadores e demais trabalhadores do ensino. Isso porque consideram essa a única alternativa para o planejamento de um retorno às atividades presenciais com segurança.
“Estamos aqui para dizer ao governador que é necessário fazer lockdown de 14 dias no estado. Todos os cientistas têm dito que para conter o vírus é preciso diminuir a circulação de pessoas”, enfatizou a presidente do Cpers Sindicato, Helenir Aguiar Schürer.
A professora ressaltou que o governo estadual precisa ouvir a voz dos trabalhadores e dos cientistas. “Pedimos para que Eduardo Leite escute a ciência e não os empresários”, disse. “Para os empresários, se um trabalhador morre, eles contratam outro. Nós não queremos mais mortes. Não é hora de abrir o comércio, é hora de parar o estado”, completou Helenir, preocupada com mais de 800 mil infectados e quase 18 mil mortes no RS em função da Covid-19.
Foto: Igor Sperotto
“O governador precisa se mexer. Não é possível que continue confiando no calendário de imunização ao governo Bolsonaro. Ele também tem autorização para comprar vacinas e conter essa tragédia que se abate sobre os gaúchos”, cobrou Helenir.
O diretor da CUT-RS e do Sintrajufe-RS, Marcelo Carlini, criticou o descaso dos governos com os serviços públicos e a política nefasta de privatizações no auge da pandemia. Ele repudiou a aprovação da PEC 280, com os votos da bancada governista, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa, que acaba com o plebiscito para vender a Corsan, o Banrisul e a Procergs.
Foto: CUT-RS/ Divulgação
“Quem quer privatizar a água e a energia do povo também é genocida. E é essa a proposta do governador para a Corsan e a CEEE”, comparou o dirigente sindical.
PANELAÇO – A CUT-RS e as centrais sindicais no RS convocaram a população para que participe do panelaço em defesa da vida, que será realizado nesta quarta, às 20h30, no Rio Grande do Sul. Vários movimentos sociais também estão chamando a manifestação nas redes. “Temos que nos manifestar neste dia em que o Brasil ultrapassa 300 mil vidas perdidas desde o começo da pandemia. Não podemos banalizar as mortes. Por vacina já para todos e todas, auxílio emergencial de R$ 600 e Fora Bolsonaro”, destacou Amarildo.