Motoristas de aplicativos protestam em Porto Alegre
Foto: Igor Sperotto
Motoristas das quatro principais plataformas de transporte de passageiros por aplicativos que atuam em Porto Alegre protestaram na manhã desta terça-feira, 8, contra as baixas tarifas praticadas pelas empresas e os planos promocionais que reduzem ainda mais os ganhos dos trabalhadores. O movimento começou às 6h, com a concentração de cerca de 200 veículos no Largo Zumbi dos Palmares, e carreata até a sede da Uber, na avenida Carlos Gomes.
Foto: Simtrapli/RS/ Divulgação
A empresa recebeu dois representantes do movimento unificado dos motoristas da capital, mas as negociações com a categoria não avançaram.
Os trabalhadores da Uber, 99, Indrive reivindicam 42% de reajuste na cesta básica de serviços e o fim das promoções. Já os motoristas da Cabify pedem uma indenização devido à interrupção dos serviços. A empresa criada a partir de uma startup russa anunciou que deixará de atuar no país no dia 14 de junho.
A secretária-geral do Sindicato dos Motoristas em Transportes Privados por Aplicativos (Simtrapli/RS), Carina Trindade, denunciou que na semana que passou, em plena negociação com os trabalhadores, a Uber alterou seu sistema de dinâmica, que deixou de ser um multiplicador e passou a ser um valor fixo, reduzindo ainda mais os ganhos dos motoristas. “É um verdadeiro desrespeito com quem trabalha tanto” protestou a dirigente sindical.
Cabify rejeita proposta de indenização
Foto: Igor Sperotto
Enquanto a carreata estava a caminho do prédio da Uber, a Comissão de Negociação do Simtrapli/RS se encaminhou para a sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), onde participou da audiência virtual de mediação patrocinada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4) Rio Grande do Sul com a Cabify. A empresa anunciou no início das negociações mediadas pela justiça trabalhista que vai encerrar suas atividades no país a partir da próxima segunda-feira, 14.
O sindicato havia apesentado na audiência anterior uma proposta de pagamento, pela Cabify, de uma indenização/compensação aos motoristas cadastrados em Porto Alegre, com base na Lei 4886/65 (Lei do Representante Comercial Autônomo) que em seu artigo 27 prevê o pagamento, por ocasião da rescisão do contrato, “de valor não inferior a 1/12 (um doze avos) do total da retribuição auferida” durante o tempo em que prestou serviços. Na audiência desta quarta-feira, a empresa negou-se a alcançar qualquer valor, alegando o alto custo que teria. Diante do impasse, o TRT encerrou a mediação.
Foto: Simtrapli/RS/ Divulgação
O assessor jurídico do Simtrapli/RS, Antonio Escosteguy Castro, lamentou a intransigência da empresa e anunciou que o Sindicato tomará as iniciativas necessárias para que haja o arresto dos valores para cobrir os prejuízos provocados pela saída da empresa do mercado e que serão solicitadas ao judiciário trabalhista outras medidas para a garantia, no país, das quantias suficientes para arcar com o passivo judicial da Cabify.