MOVIMENTO

Sindicatos protestam em frente ao Piratini por reajuste do piso regional de 10,3%

CUT/RS, Cpers, Ubes, Emater, Semapi e a frente celetista integrada por Sinpro/RS, Uergs e Fundação Liberato cobram do governo Leite reajuste do piso regional e melhores condições de trabalho
Por César Fraga / Publicado em 9 de novembro de 2021

 

Foto: Igor Sperotto

Foto: Igor Sperotto

No final da manhã desta terça-feira, 9, a Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), centrais sindicais, CPERS, sindicatos e estudantes realizaram um ato público na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini, para protestar contra o descaso do governo Eduardo Leite (PSDB) com os servidores públicos do Rio Grande do Sul.

Houve manifestações pelo reajuste de 10,3% do salário mínimo regional e por reposição salarial dos educadores, manutenção dos protocolos de segurança nas escolas e o fim dos descontos nos contracheques. Além disso, será lançada a Frente dos Trabalhadores Celetistas das Fundações Estaduais do RS, que estão há mais de dois anos sem reajuste salarial.

Piso regional

As centrais contestam o projeto do governo que prevê apenas 2,73% de reajuste para o mínimo regional, que está congelado desde 1º de fevereiro de 2019. O percentual representa somente a metade da inflação do ano passado. O reajuste reivindicado de 10,3% repõe o INPC de 2019 e 2020.

O parecer “favorável com emenda” de reajuste de 10,3% para o piso regional foi protocolado no 25 de outubro pelo deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT) esteve na pauta da reunião desta terça-feira da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Assembleia Legislativa.

Estamos com 15% de perdas acumuladas e o governo se nega a repor”, protesta Cecília Bernardes, que faz parte de Semapi e também, é também extensionista da Emater.

Cecília Bernardes, que faz parte de Semapi e da Emater

Foto: Igor Sperotto

Cecília Bernarde falou pelo Semapi e também é extensionista da Emater

Foto: Igor Sperotto

Cpers

Os educadores exigem reposição de 47,82%, manutenção dos protocolos de segurança nas escolas e o fim dos descontos nos contracheques.

“O nosso salário está extremamente defasado. Queremos reposição já para toda a categoria: professores(as), funcionários(as) e aposentados(as). 90% dos piores salários do Rio Grande do Sul são de servidores de escolas. É desumano receberem R$ 620,00”, destacou a presidente do CPERS Helenir Aguiar Schürer.

Proselitismo com dinheiro público e sucateamento dos serviços

Amarildo Cenci, presidente da CUT/RS

Foto: Igor Sperotto

Amarildo Cenci, presidente da CUT/RS

Foto: Igor Sperotto

O presidente da CUT/RS Amarildo Cenci, aproveitou o grande número de professores estaduais presentes ao ato e criticou o projeto de privatização do Instituto de Educação Flores da Cunha, de onde os docentes vieram em marcha liderada pelo Cpers, após ato que ocorrera mais cedo.

“O governador Eduardo Leite quer vender o Instituto de Educação, possivelmente para o Banco Itaú. E sabe de onde o Itaú tira o dinheiro para comprar o IE e para fazer os investimentos necessários? Do Imposto de Renda. Ou seja, um governo e um banco fazendo proselitismo com um dinheiro que é nosso. Um recurso que deveria estar sendo dirigido para a saúde, para a educação, para a ciência, para a tecnologia, para a extensão rural, para a agricultura familiar. E tudo isso para o governador fazer um moderno museu do futuro. Este é o futuro do Leite”, crava o cutista.

Na sequência ele protesta contra a política de sucateamento do governo estadual com a Emater, serviços públicos e Uergs. “Não paga salários, vai promovendo o desmonte para poder privatizar”, diz.

Trabalhadores celetistas das fundações estaduais

Daniel Sebastiani, do Sinpro/RS falou em nome da frente celetista integrada por Uergs e Liberato

Foto: Igor Sperotto

Daniel Sebastiani, do Sinpro/RS falou em nome da frente celetista integrada por Uergs e Liberato

Foto: Igor Sperotto

Os sindicatos, que representam os trabalhadores celetistas das fundações estaduais, lançaram uma frente de luta diante da “insensibilidade do governo do Estado que, por mais de dois anos não aplica e tampouco negocia o reajuste salarial das categorias”.

Em nome do Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro/RS), que compõe a frentes celetista e representa os professores da Uergs e da Fundação Liberato, Daniel Sebastiani se dirigiu retoricamente ao Governador Leite em seu discurso: “ a frente celetista não está aqui meramente para fazer defesa dos servidores celetistas, mas para a defesa contundente da prestação de serviços ao povo gaúcho. Esta é a obrigação de um governo, prestar serviço ao povo. Quando se dá assistência ao pequeno produtor, quando se cuida do ecossistema, quando se educa um estudante, não os prédios nem as paredes quem fazem isso, mas os servidores. A alma do serviço público são os empregados públicos, são os servidores públicos”, concluiu entre aplausos.

A frente celetista lançou uma carta aberta à sociedade gaúcha com suas principais críticas e reivindicações.

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