Protesto de famílias sem luz interdita via de acesso à capital gaúcha

Foto: CUT-RS/Divulgação

Via foi interditada durante protesto por falta de luz durante parte da manhã desta sexta-feira, 9 de dezembro

Foto: CUT-RS/Divulgação

No final da manhã desta sexta-feira, 9, moradores da Vila Areia Farrapos, comunidade localizada entre a Arena do Grêmio e a divisa de Porto Alegre com Canoas fez um protesto interditando com fogueiras a Avenida Castelo Branco no sentido bairro-centro.

O motivo foi a falta de luz que já aflige a comunidade há mais de 10 dias. Segundo relatos de populares, no local, os moradores estão sofrendo com cortes de energia recorrentes desde que um caminhão tombou do viaduto, em 30 de outubro, e espalhou 25 toneladas de sucata de metal no meio da comunidade, o que teria danificando a fiação.

Tanto o caminhão quanto a carga ainda estão no local e não houve qualquer ação das autoridades para removê-los. A comunidade questiona também a falta de manutenção da Ceee-Equatorial, na região.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/RS), Amarildo Cenci passava pelo local a caminho de um compromisso, ouviu membros da comunidade e gravou depoimentos.

“Nós passamos a noite toda na rua hoje. Há crianças, gestantes, cadeirantes, pessoas idosas. Meu filho é motorista de Uber e está impedido de trabalhar há mais de um mês por conta do acidente que danificou o carro dele. Outra coisa, é que o poder público ficou de remover os moradores em virtude da inauguração da ponte (estaiada) e até agora não nos deram novo local para moradia. Queremos ser removidos porque a situação está muito difícil”, protestou uma moradora do local. Cerca de 600 famílias vivem no local.

Para Cenci, o episódio deve ser contabilizado na lógica da privatização da estatal de energia e das inoperância das autoridades locais. “Uma comunidade inteira sem luz porque para uma empresa a responsabilidade social é secundária em detrimento do que dá lucro”, observa.