MOVIMENTO

Sindicatos pedem fiscalização contra incêndio em prédio do CAFF

Os sindicalistas pediram à Superintendência Regional do Trabalho um laudo estrutural conclusivo sobre as saídas de emergência para incêndios e uma revisão completa das redes elétrica e hidráulica
Por César Fraga / Publicado em 5 de janeiro de 2023
Sindicatos pedem fiscalização contra incêndio em prédio do CAFF

Foto: Anselmo Cunha/PMPA

Sindicatos pedem laudo de prevenção a incêndios do Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), em Porto Alegre

Foto: Anselmo Cunha/PMPA

A Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS) e demais centrais e sindicatos protocolaram uma denúncia junto à Superintendência Regional do Trabalho sobre as más condições de segurança do prédio de 21 andares do Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), onde funcionam várias secretarias estaduais, em Porto Alegre.

Os sindicatos se reuniram na manhã de quarta-feira, 4, com o superintendente substituto, Sérgio Garcias, para pedir a fiscalização das instalações do prédio.

Os sindicalistas pedem um laudo estrutural conclusivo sobre as saídas de emergência para incêndios e uma revisão completa das redes elétrica e hidráulica.

“Estamos muito preocupados com a proteção da vida de servidores e usuários do Centro Administrativo do Estado. É um prédio antigo, que tem sofrido ajustes em cada governo, sem maior planejamento, impactando na segurança das instalações”, afirmou o secretário de Saúde do Trabalhador da CUT-RS, Alfredo Gonçalves.

Construído na década de 1970, o prédio sofre com problemas estruturais, principalmente nas redes elétrica e hidráulica, que colocam em risco a segurança e a vida das pessoas.

Sindicatos pedem fiscalização contra incêndio em prédio do CAFF

Foto: João Antonio Silva / Sindicaixa

As entidades foram recebidas pelo superintendente substituto, Sérgio Garcias, e solicitaram uma fiscalização urgente nas instalações do prédio

Foto: João Antonio Silva / Sindicaixa

Dia de pânico para servidores

No último dia 23 de dezembro, houve o rompimento de um cano d’água no 12° andar que provocou curtos-circuitos e inundações em vários andares. As instalações do térreo até o 12° andar encontram-se interditadas até hoje. Só estão liberados os pavimentos superiores.

Houve princípio de pânico quando a água atingiu uma central elétrica, provocando explosões. O prédio foi evacuado por iniciativa dos próprios servidores, antes da chegada de uma guarnição do Corpo de Bombeiros. Eles desceram pelas escadas dos 21 andares.

Garcias disse aos representantes dos sindicatos que técnicos visitaram o prédio após o rompimento de um cano d’água e o Estado foi acionado para informar as condições de segurança para o trabalho e a circulação no local e que providências estão sendo adotadas.

O superintendente substituto salientou que laudos técnicos foram solicitados ao governo do Estado, que se comprometeu a apresentar os resultados nos próximos dias.

Sindicatos relatam insegurança de servidores

Foto: Divulgação

Prédio do Centro Administrativo do estado (Caff) foi esvaziado após o rompimento da rede hidráulica que provocou curto e inundação

Foto: Divulgação

Alfredo ressaltou que durante a reunião foi relatado que os servidores não se sentem confiantes e seguros para cumprir a sua jornada em um local que vem se deteriorando ao longo dos anos, com manutenção precária e que chegou a uma situação insustentável no final de 2022.

Pela CUT-RS, também participaram da reunião o secretário de Organização e Política Sindical, Claudir Nespolo, e a secretária de Formação, Maria Helena de Oliveira, bem como dirigentes do Fórum Sindical, Sindicaixa e Semapi-RS.

Incêndio na Secretaria de Segurança em 2021 deixou dois mortos

Sindicatos pedem fiscalização contra incêndio em prédio do CAFF

Foto: Carlos Ismael Moreira/SSP

Incêndio no sede da Secretaria de Segurança em 2021 causou a morte de dois servidores estaduais do Corpo de Bombeiros

Foto: Carlos Ismael Moreira/SSP

Em 14 de julho de 2021 o prédio da sede Secretaria da Segurança Pública do Rio Grando de Sul incendiou, resultando na morte de dois bombeiros durante o combate às chamas após o desabamento de parte do prédio. Os corpos de Deroci de Almeida e Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós foram encontrados uma semana depois do episódio.

O laudo da perícia apontou sobrecarga ou curto-circuito como prováveis causas. A estrutura teve de ser implodida.

À época, embora a comissão de sindicância não tenha encontrado nenhuma falta disciplinar ou falha de gestão, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) informou que foram emitidas recomendações aos gestores e ao próprio governo do Estado para aprimorar à adoção de medidas preventivas.

Entre as recomendações, o relatório indica que em prédios onde haja funcionamento compartilhado de órgãos públicos, seja designado um gestor do condomínio, uma espécie de síndico ou prefeito, pois, embora a origem do incêndio não tenha sido configurada como falha na manutenção elétrica e a SSP tenha demonstrado uma boa gestão da manutenção predial, mostra-se prudente a centralização e regulação da manutenção predial em prédios que tem ocupação múltipla.

Relatório de perdas patrimoniais somaram R$ 54.960.984,23:

• Prédio da SSP: R$ 35.969.680,24
• Bens da SSP – R$ 8.512.033,64
• Bens do Detran – R$ 5.675.536,81
• Bens do IGP: R$ 2.616.482,37
• Bens da Susepe: R$ 2.117.1047,73
• Bens da Secretaria da Justiça e dos Sistemas Penal e Socioeducativo (SJSPS): R$ 70.203,43

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