MOVIMENTO

Sindicalistas protestam pelos juros altos e pedem saída de Campos Neto do Banco Central

Marcha, protesto e cozinha solidária marcaram Campanha Nacional pela Redução dos Juros, movimento que pede a queda da taxa básica de juros (Selic), hoje em 13,75% ao ano
Por César Fraga e Igor Sperotto / Publicado em 20 de junho de 2023
Sindicalistas protestam pelos juros altos pedem saída de Campos Neto do Banco Central

Foto: Igor Sperotto

Movimentos sociais e sindicalistas montaram uma cozinha solidária para servir a população vulnerável em frente à sede do Banco Central, em Porto Alegre, como parte do protesto contra a política de juros altos do Copom

Foto: Igor Sperotto

A CUT-RS, centrais sindicais, movimentos sociais, entidades e partidos comprometidos com a luta contra os juros altos, protestaram nesta terça-feira, 20, em frente à sede do Banco Central, na Rua 7 de Setembro, 586, no Centro Histórico de Porto Alegre. Outros protestos ocorreram em demais capitais. As manifestação integra a Campanha Nacional pela Redução dos Juros comandada pela CUT e centrais sindicais. Os sindicalistas pedem a queda da taxa básica de juros (Selic), hoje em 13,75% ao ano, considerada a mais alta do mundo.

“O pacote monetário do Campos Neto é o pacote que foi derrotado nas eleições. Eles perderam! Não são eles que governam. Logo que deram o golpe que levou Bolsonaro ao poder, eles (o mercado financeiro) decretaram a independência do Banco Central. Aí perguntamos, independência de quem e para quem? Independência dos interesses do povo com atrelamento aos interesses dos banqueiros e dos rentistas, isso sim. O que fazem é desviar o dinheiro do capital produtivo para o lucro dos investidores e dos bancos. Até os empresários estão reclamando”, discursou o presidente da CUT-RS Amarildo Cenci.

Sindicalistas protestam pelos juros altos pedem saída de Campos Neto do Banco Central

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Para Amarildo Cenci, presidente da CUT/RS, o BC tenta impor a Lula a política do governo Bolsonaro, que foi derrotada nas urnas nas últimas eleições

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Em Brasília, o Comitê de Política Monetária (Copom), liderado pelo presidente do BC, Eduardo Campos Neto, estará hoje e amanhã para anunciar a taxa Selic que vigorará até meados de agosto. A tendência é de manutenção da taxa atual, conforme o último Relatório Focus, publicado na segunda-feira, 19, com as expectativas do mercado.

“É inaceitável a continuidade dessa política de juros no nosso país. Vale lembrar que o governo anterior concedeu empréstimo consignado até mesmo sobre ajuda emergencial, gerando um superendividamento das famílias”, destacou Luciano Petter, presidente do Sindibancários.

Os sindicatos e movimentos sociais também exigem a saída imediata do presidente do Banco Central (BC), nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com mandato até 31 de dezembro de 2024.

Sindicalistas protestam pelos juros altos pedem saída de Campos Neto do Banco Central

Foto: Igor Sperotto

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A presidente do PT, Jussara Dutra, disse ainda que o protesto de hoje diz respeito a um “problema central da população brasileira”. Segundo ela, não se trata de um problema técnico de alta ou baixa de juros. “Estamos tratando do pão na mesa da classe trabalhadora, da geração de empregos. A política monetária do Banco Central é uma deformação do sistema financeiro brasileiro, onde o síndico, que é o Copom, se acha no direito de eleger políticas que não foram as escolhidas pelo povo”, sintetizou.

No local do ato foi instalada uma cozinha solidária, que serviu refeições para moradores de rua e comunidades da periferia da capital gaúcha.

Mais cedo, os metalúrgicos da base da CUT-RS realizaram uma marcha pela queda dos juros. A trajeto foi da na Praça Pinheiro Machado até sede do BC na Rua Sete de Setembro, onde os metalúrgicos se juntaram aos sindicalistas das demais centrais e movimentos sociais no protesto.

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