MOVIMENTO

Centrais Sindicais fazem ato em Porto Alegre por reajuste do piso regional

Trabalhadores repudiam movimento de deputados aliados ao governador Eduardo Leite que adia votação do projeto de lei que prevê reajuste de 9% para o salário mínimo em 2023
Por Redação / Publicado em 18 de outubro de 2023
O PL do piso regional ainda se encontra em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa, passando por sucessivos pedidos de vista que têm atrasado ainda mais sua votação

Foto: Fotos: Matheus Piccini/CUT-RS

Manifestantes criticam manobras de pedir vistas na CCJ, adiando a decisão da reposição da inflação ao salário mínimo regional

Foto: Fotos: Matheus Piccini/CUT-RS

Ato das centrais sindicais CUT, CTB, CSB e Intersindical, realizado no início da manhã desta quarta-feira, 18, ocorreu em frente ao Salão Nobre da Catedral Metropolitana de Porto Alegre, ao lado do Palácio Piratini, onde federações empresariais que defendem o fim do piso regional promoveram um café da manhã para deputados da base aliada do governo Eduardo Leite.

O projeto de lei que reajusta o piso regional (PL 290/2023) foi enviado com atraso aos deputados pelo governador Leite em 22 de junho, sem regime de urgência, e altera a data-base de 1º de fevereiro para 1º de maio.

O PL ainda se encontra em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa, passando por sucessivos pedidos de vista que têm atrasado ainda mais sua votação.

“Os empresários querem acabar com o piso regional e hoje estão promovendo um café da manhã com os deputados da base do governo para negar os 9% do reajuste do piso regional aos trabalhadores mais empobrecidos e mais vulneráveis da sociedade gaúcha, como as domésticas”, disse o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci. Também recebem o mínimo regional os funcionários e as funcionárias de escolas estaduais.

“A base aliada de deputados do governo Leite, que está no seu quinto ano de mandato, nega o reajuste da inflação para o piso regional, mas reajustou o salário do governador em 32%, além de aumentos salariais ao vice, aos secretários estaduais e aos próprios deputados”, lembrou Amarildo.

RS paga o menor piso da região Sul

O presidente da CUT-RS destacou que “o Rio Grande do Sul paga hoje o menor piso regional na região Sul do Brasil” e criticou “as manobras de pedir vistas na CCJ, adiando a decisão para a semana seguinte, quando na verdade querem empurrar o reajuste para o ano que vem”.

Para Amarildo, “está sobrando na mesa do patrão, mas está faltando na mesa do peão. Nós queremos votação já do reajuste do piso regional, que representa um litro e três pãezinhos por dia na mesa do trabalhador e da trabalhadora”.

O presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, reforçou a denúncia de que “as federações empresariais querem convencer os deputados a não votar o projeto do piso regional”.

“Temos em conta que, apesar desse projeto não atender o pedido das centrais sindicais, nós estamos defendendo que ele seja votado de forma urgente na Assembleia Legislativa. São mais de oito meses de espera para esses trabalhadores e trabalhadoras, que são os que mais precisam e os que menos ganham”, ressaltou Guiomar.

O deputado estadual Miguel Rossetto (PT) também participou da manifestação e comparou os valores do piso regional no Sul do Brasil.

“No Paraná, que é um estado com economia e população semelhantes ao Rio Grande do Sul, os trabalhadores e as trabalhadoras de lá, desde o dia 1º de janeiro, estão recebendo o piso reajustado e lá ninguém recebe menos que R$ 1.750,00. Nós estamos entrando em outubro de 2023 e não tivemos reajuste neste ano. Aqui, o piso é de R$ 1.443,00. São R$ 300,00 a menos que o do Paraná”, alertou.

Comentários