Trabalhadores comemoram 70 anos da Petrobras e protestam contra privatizações

Foto: AssCom/Sinpro-RS

Foto: AssCom/Sinpro-RS

Ato em frente à refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, marcou na manhã dessa terça-feira, 3, os 70 anos da Petrobras. A presença do presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, ao lado do presidente da CUT do Rio Grande do Sul, o professor Amarildo Pedro Cenci, demonstrou a importância da atividade prestigiada por diversas entidades sindicais e representantes de movimentos sociais.

Também nessa terça, a partir das 15 horas, Sindicatos e movimentos populares fizeram uma tarde de mobilização no centro do Rio de Janeiro para comemorar a data e deixar claro sua posição contra ações que venderam ou buscam privatizar empresas públicas estratégicas como o caso recente da Eletrobras.

Nesse sentido, o ato em Canoas foi emblemático. A Refap que estava nos planos de privatização do governo federal anterior como a elétrica foi retirada com a derrota de Jair Bolsonaro (PL) em sua busca de reeleição.

O Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS), além do presidente da CUT/RS que faz parte do seu quadro dirigente, foi representado pelos professores Erlon Veronez Schuler, Marcos Fuhr e Rodrigo Perla.

Fotos: Matheus Piccini / CUT-RS

Fotos: Matheus Piccini / CUT-RS

Data simbólica escolhida a dedo

Historiador, o professor Perla falou pelo Sinpro/RS no ato. Na ocasião, ele lembrou que o dia 3 de outubro foi uma data “escolhida a dedo pelo Getúlio Vargas”.

Foi em um 3 de outubro que se iniciou a Revolução de 30, o levante que contestou a eleição do paulista Júlio Prestes.

Com a ascensão de Vargas ao poder, o ciclo da Política do Café com Leite, uma alternância de membros das oligarquias paulistas e mineiras e seus interesses, se encerrou e foram lançadas as bases sólidas para a industrialização do Brasil.

“Isso é importante para entendermos a importância da empresa para o Brasil contemporâneo; para questão do desenvolvimento nacional e da indústria como um todo”, lembra Perla ao Extra Classe.

Foto: AssCom/Sinpro-RS

Historiador, o professor Perla falou pelo Sinpro/RS no ato

Foto: AssCom/Sinpro-RS

Para o dirigente que dá aulas na Feevale, a Petrobras é um símbolo do Brasil e do que se pretende para o futuro do país.

“Os funcionários da Petrobras, seus servidores, resistiram a diversos governos que queriam desmontá-la. Em nenhum país do mundo se discute a privatização de uma empresa estratégica. É só no Brasil que tem esse tipo de ameaça. Mas a sociedade como um todo e os petroleiros resistem. E a Petrobras então tem um grande serviço feito e por fazer”, destacou Perla no ato.

Por uma empresa a serviço do Brasil

Ele ainda disse que a presença de professores no ato, marca a solidariedade à classe trabalhadora e à Petrobras nos seus 70 anos.

“Importante registrar que, inclusive, quando se teve a discussão do pré-sal, foi definido e designado uma parte dos royalties dele para a educação, coisa que depois se perdeu ao longo dos governos Temer e Bolsonaro”, conclui Perla.

Já o professor Cenci, presidente da CUT/RS, destacou para o Extra Classe que a Petrobras não é só estratégica por sua atuação na exploração e refino de petróleo, mas na reindustrialização do país como um todo em moldes mais sustentáveis.

“Além de produzir combustíveis e abastecer toda cadeia petroquímica, a empresa é fundamental para a pesquisa e a inovação na transição energética que é tão necessária para o mundo de hoje”, enfatizou.

Para Cenci, a palavra de ordem que não deve deixar de sair da boca das pessoas preocupadas com a nação é “Petrobras pública e a serviço do povo brasileiro”, completou.