MOVIMENTO

Centrais sindicais e partidos políticos promovem Ato pela Democracia em Porto Alegre

Lideranças lembraram que a sociedade não pode mais tolerar ataques à democracia como o protagonizado por bolsonaristas inconformados com o resultado das urnas
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 8 de janeiro de 2024

Centrais sindicais e partidos políticos promovem Ato pela Democracia em Porto Alegre

Foto: Marcelo Menna Barreto

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A Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT-RS), demais centrais sindicais, partidos políticos e movimentos sociais promoveram nesta segunda-feira, 8, ato de mobilização pela democracia e de repúdio à tentativa de golpe e ataques às sedes dos três poderes há extados 12 meses. Houve mobilizações e atos no Distrito Federal e em diversas cidades e capitais.

O evento organizado por CUT-RS e lideranças locais ocorreu no Sindbancários, em Porto Alegre, das 17h às 19h. Sindicatos, políticos, movimentos e órgãos jurídicos do estado, lideranças como o ex-governador Tarso Genro (PT) e representantes do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª região, lembraram que a sociedade não pode tolerar ações como as de 8 de janeiro de 2023, considerada uma das piores demonstrações de desrespeito à democracia brasileira.

Centrais sindicais e partidos políticos promovem Ato pela Democracia em Porto Alegre

Foto: Marcelo Menna Barreto

Debate na sede do Sindicato dos Bancários lembrou os atos golpistas de 2023 e a resistência do estado democrático

Foto: Marcelo Menna Barreto

Para o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, o 8 de janeiro de 2023 será lembrado como um momento “fatídico” e “sombrio em nossa história recente, quando os golpistas tentaram minar a estabilidade e a institucionalidade de nosso país”.  O dirigente afirma que diante desse ataque, “nossa democracia mostrou sua resistência e a força de sua base”. “O primeiro ano do governo Lula foi marcado por uma vigorosa resposta ao atentado, destacando a necessidade de união e respeito às instituições”, destacou.

Palestra e carro de som

Centrais sindicais e partidos políticos promovem Ato pela Democracia em Porto Alegre

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Mobilização se estendeu até as ruas do centro, com carro de som e caminhada

Foto: Marcelo Menna Barreto

Nem eram bem 17h30, horário marcado para começar o debate, e já não havia mais espaço no auditório do Sindicato dos Bancários, um dos locais-símbolos da resistência, localizado no Centro Histórico de Porto Alegre.

Diante da grande presença de público, dirigentes da CUT-RS logo decidiram mobilizar um carro de som que foi estacionado na rua General Câmara para ampliar a assistência ao ato.

A participação do ex-governador e ex-ministro da Justiça, Tarso Genro, uma das lideranças mais requisitadas do Partido dos Trabalhadores (PT) no estado, acabou sendo ampliada.

Ao invés de uma simples manifestação no evento, ficou definido que sua fala seria uma explanação mais ampla sobre a tentativa de golpe e a resistência democrática.

“Não! Não fez parte da disputa política normal”

Centrais sindicais e partidos políticos promovem Ato pela Democracia em Porto Alegre

Foto: Marcelo Menna Barreto

Já para o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, a manifestação que ocorre em todo o país  busca a não naturalização do que ocorreu há um ano em Brasília.

Foto: Marcelo Menna Barreto

Já para o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, a manifestação que ocorre em todo o país  busca a não naturalização do que ocorreu há um ano em Brasília.

“Não! Não fez parte da disputa política normal, democrática desse país”.

Para Cenci, o 8 de janeiro de 2023 foi sendo pavimentado” desde antes.

“O golpe na Dilma. Qual o crime da Dilma?” pergunta retoricamente o dirigente.

Cenci tem claro que tudo que foi urdido inicialmente para a venda de patrimônio nacional e para atacar os direitos dos trabalhadores e aposentados, trouxe na sequência “a eleição do que tem de pior” e que vivia nos esgotos da sociedade brasileira.

“Não estou falando do que tem de pior no sentido de um bando de aloprados. Mas, no que tem de pior em relação ao grupo político de extrema direita que não tem nenhum compromisso com a democracia, com valores humanos, com valores de respeito às diferenças”, ressalta.

No entendimento do presidente da CUT-RS, a movimentação desse grupo de extrema direita chegou ao seu teto no dia 8 de janeiro do ano passado.

“Foi extremamente importante que, naquele momento, setores democráticos da política brasileira não vacilaram e não permitiram que se concluísse um processo que visivelmente estava em curso”, analisa.

Como um dos saldos do ocorrido, Cenci diz que é importante que o Estado Democrático e de Direito no país realmente funcione para que os responsáveis pelo planejamento, execução e financiamento dos ataques as sedes dos três poderes em Brasília respondam penalmente e sejam punidos.

“Aqui não cabe anistia, aqui não cabe minimização de penas. A cada um de acordo com a sua exata responsabilidade, sejam civis, sejam militares; até porque – pelo que sabemos – muitos militares estão envolvidos. Ninguém teria feito acampamento em frente aos quartéis se não tivesse o consentimento das Forças Armadas”, conclui.

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