Greve Geral na Argentina une trabalhadores ao redor do mundo
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Além de mobilizar milhares de argentinos convocados ao longo dos últimos dias pela Central Geral de Trabalhadores (CGT), sindicatos e movimentos sociais, a Greve Geral desta quarta-feira, 24, contra as políticas do presidente Javier Milei ultrapassou as fronteiras. Houve mobilizações e atos de solidariedade ao povo argentino em diversos países e nas principais capitais do Brasil.
Em geral, a proposta dos protestos foi mostrar aos parlamentares da Argentina e ao próprio Milei o tamanho da rejeição internacional à visão de estado do chamado anarco-capitalista que, segundo analistas, irá agravar as condições dos trabalhadores e da população em geral.
No Brasil várias capitais, em especial as que sediam representações diplomáticas da Argentina realizaram atividades sob convocação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais sindicais.
Foto: Sindicatos dos Caminhoneiros / Fotos Públicas
O presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre, e o secretário de Relações Internacionais da entidade, Antonio Lisboa, convocaram os trabalhadores brasileiros a se solidarizarem com o povo argentino contra as decisões políticas e econômicas do presidente Javier Milei.
O pacote de “reformas” anunciado pelo mandatário argentino dá superpoderes a Milei, retira direitos, promove injustiça fiscal e aumenta a repressão aos trabalhadores.
Os dirigentes criticaram o Decreto Nacional de Urgência que desmantelou os sistemas de proteção laboral, social, de saúde, e desregulamentou a economia interna e externa, comprometeu a atividade da indústria nacional “e abre às portas para a privatização das empresas públicas”.
O projeto Omnibus, agrava ainda mais a situação ao dar superpoderes ao governo Milei para a adoção de medidas autoritárias, perseguição e repressão dos protestos, greves e manifestações.
“Foi uma ação simbólica em frente aos consulados e na Embaixada, em Brasília. Nos mobilizamos em solidariedade ao povo argentino para demonstrar nosso apoio ao que eles estão enfrentando, um presidente que quer destruir todo o aparato de seguridade social através de vários decretos e medidas impositivas, sem nenhum diálogo”, afirma Quintino Severo, secretário-adjunto de Relações Institucionais da CUT Nacional e integrante da coordenadoria das Centrais Sindicais do Cone Sul.
Foto: CUT/RS
Severo, junto com diversos representantes sindicais esteve presente no ato realizado no começo da tarde em frente ao Consulado da Argentina em Porto Alegre.
Representantes da centrais e movimentos populares também se fizeram presentes nas portas dos consulados argentinos de Florianópolis, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, além da própria Embaixada da Argentina, em Brasília.
Na América Latina, Chile, Uruguai e México também registraram manifestações.
O movimento de solidariedade ainda ocorreu em países da Europa como França, Espanha e Holanda.
A Greve Geral na Argentina ocorre após dois meses da eleição de Milei e sua posse.
A paralisação nacional iniciou por volta de meio-dia, com bloqueios parciais dos serviços de educação, transporte, bancos, saúde e indústrias, e deverá se estender até a madrugada.
As companhias aéreas que operam a rota Brasil-Argentina, Gol e Latam, cancelaram e adiaram seus voos para o país devido à paralisação.