MOVIMENTO

Favelas iniciam conferências para enviar sugestões ao G20

Até setembro serão realizados encontros em mais de 3 mil comunidades do Brasil e de outros 40 países para definir reivindicações a chefes de Estado
Da Redação / Publicado em 29 de abril de 2024
Favelas iniciam conferências para enviar sugestões ao G20

Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

Comunidades de 3 mil favelas definem até setembro as pautas prioritárias a serem levadas a chefes de Estados

Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

Representantes de favelas de diversos países começam nesta segunda-feira, 29, uma série de conferências para discutir problemas e soluções para esses territórios, em preparação para a cúpula do G20, que acontece em novembro, na cidade do Rio de Janeiro.

A primeira Conferência Internacional das Favelas-20 está sendo realizada no Complexo da Penha.

Até setembro deste ano, estão previstas conferências em mais de 3 mil favelas das 27 unidades da federação e de outros 40 países, como Moçambique, Congo, Cazaquistão e Bélgica.

A ideia é reunir propostas para entregar aos governantes do G20, que reúnem 19 das principais economias do mundo, além da União Europeia e União Africana.

Voz à periferia

“As favelas contribuem muito para o desenvolvimento do país, com sua mão de obra. E os pensamentos que a favela tem normalmente não são aproveitados pelo poder público, porque a favela não é consultada sobre temas relevantes”, afirma Celso Athayde, cofundador da Central Única das Favelas (Cufa).

O G20 representa uma oportunidade para que as comunidades se organizem para pautar as suas demandas mais urgentes. “É a chance que a favela tem de mostrar que tem capacidade de pensar sobre os temas que os governos estão propondo: a sustentabilidade, os direitos humanos, a desigualdade”, acrescenta.

Segundo Athayde, depois das conferências locais nas favelas, serão realizados eventos estaduais e nacionais, nos 41 países. “A gente vai fazer as vozes dessas pessoas serem ouvidas. Se os chefes de Estado vão levar em consideração depois de ouvir, é responsabilidade deles. Nossa responsabilidade é se organizar e demonstrar que as favelas não podem ser apenas coadjuvantes. Elas precisam ser protagonistas quando a agenda também é delas”, ressalta.

Comentários