Quando Vladimir Herzog foi “suicidado” pelo regime militar brasileiro há 25 anos, em outubro de 2000, o clamor nacional gerado e depois documentado pelos jornalistas do Brasil todo, colegas indignados de Vlado, acabou acelerando o processo de abertura política que nos levaria de volta aos caminhos da democracia. Passado um quarto de século, a liberdade de informação, ofensiva e insuportável ao regime militar intolerante, levando à tortura e assassinato de Herzog, parece continuar incomodando muita gente, forjando reações desagradáveis em contemporâneos olhos e ouvidos moralistas. A classificação etária para programas de TV e filmes, a intervenção explícita em programas e novelas, entre uma série de atitudes que revelam uma nova cruzada moralista, na verdade representam apenas uma renovada e disfarçada forma de censura. O filme Tolerância, de Carlos Gerbase, nosso entrevistado desta edição, recebeu classificação de impróprio para menores de 18 anos por conter “alusão a drogas, cenas de violência e sexo e atentar contra os padrões morais vigentes”. A questão da impropriedade para menores e a pura e simples proibição para que uma obra cinematográfica, teatral ou televisiva seja vista por uma determinada fatia do público, obedecendo critérios de idade, são fatores que resultam numa equação de resultado controverso. Na verdade, o que há no Brasil atual é o retorno da velha (e nunca boa) censura prévia. Há pouco, entre sorrisos e abraços, atores e diretores da Rede Globo foram fotografados ao lado do presidente da República após discutir as “intervenções” no roteiro da novela do tradicional horário das oito da noite, como se fosse possível negociar liberdade de expressão. É estranho que se queira coibir a exposição de retratos do cotidiano feitos por cineastas e dramaturgos, que não criam nenhuma podridão moral mas se limitam a revelá-la através de suas lentes de aumento justamente num momento em que o Brasil parece mergulhado na mais densa imoralidade que explode pelos corredores do congresso em CPIs, deságua pelas salas do Executivo federal com o envolvimento de assessores presidenciais e ocupa capas de revistas com declarações do maior traficante de drogas do país. A par de tudo isso, aqueles que querem impor essa nova censura, agem como o macaco da fábula, que não vê o próprio rabo exposto ao perigo.
Parcerias
O Sinpro/RS está realizando uma série de parcerias com profissionais liberais, serviços e empresas para garantir descontos e/ou pagamentos especiais aos professores associados. No final do ano, o Sindicato editará um livro com todos os conveniados. São convênios com hotéis, agências de viagens, restaurantes, livrarias, clínicas, entre outros. Os contratos de prestação de serviços na captação de convênios, comercialização de espaços publicitários e anúncios no Guia de Convênios 2001 e renovação dos contratos já existentes estão sob responsabilidade da empresa Divulgue Serviços e Convênios Ltda. Sugestões pelo fone: 51.334-3669 ou e-mail (dvulgue@terra.com.br).