Nesta edição do Extra Classe, trazemos como matéria de capa a questão do modelo espartano dos estabelecimentos de ensino mantidos pela Brigada Militar com status de escola pública. Apesar dos incontestes resultados atingidos e avalizados pelo Enem e pela comunidade que utiliza os serviços da rede Tiradentes, algumas questões provocam questionamentos importantes.
Será que para se obter resultados na educação deve ser imposta a lógica da caserna de disciplina e hierarquia? Principalmente quando esta lógica deixa de lado princípios e orientações legais como democracia e inclusão? Nossa reportagem levanta o debate, trazendo à luz uma discussão pertinente sobre que tipo de educação o Rio Grande do Sul quer. E principalmente, se para se obter resultados os fins justificam os meios.
Causa estranheza uma escola pública se basear em um processo de seleção para ingresso que exclui estudantes fisicamente “menos privilegiados” ou supostamente “menos dotados” de capacidade cognitiva. Afinal, é missão da escola pública atender toda a sociedade e não apenas a uns poucos considerados “os melhores”.