Trabalho escravo e economia

A exemplo do que ocorre em boa parte do território nacional, a submissão de trabalhadores a condições análogas à escravidão está presente no Rio Grande do Sul. A reportagem de capa desta edição mostra que predominam casos de trabalho escravo nos polos de produção madeireira, de insumos para curtumes e de frutas – apenas para citar aqueles em que ocorreram recentemente ações de fiscalização do Ministério do Trabalho. Em cinco anos, foram libertadas 150 pessoas de fazendas de extração de pinus e de casca de acácia no estado e, no país, foram 40 mil autuações, envolvendo as mais diversas atividades produtivas, notadamente nos estados do Pará e Maranhão. As estatísticas são consideradas apenas como uma evidência do problema, uma vez que a fiscalização só ocorre diante de denúncias e flagrantes.

Na entrevista do mês, Sérgio Amadeu da Silveira, doutor em Ciência Política pela USP, fala sobre software livre, inclusão digital e defende a urgência de um projeto de regulamentação para a internet. De acordo com o especialista, o Marco Legal para a web no Brasil representa garantia de liberdade de navegação, expressão e criação, além de assegurar a autonomia da rede diante dos interesses econômicos envolvidos.

A propósito de lobbies e grupos econômicos, a decisão do governo federal de incluir o Sistema S na implantação do Pronatec preocupa trabalhadores da Educação, que defendem a expansão do ensino técnico com qualidade e contratação de professores como determina a LDBEN. Destaque ainda nesta edição, a degradação do rio dos Sinos, agravada pelo despejo de agrotóxicos e manganês das lavouras de arroz que, junto com o esgoto urbano e os produtos químicos da indústria coureiro-calçadista e metalmecânico empurram o Sinos para uma situação de colapso – comprometendo a qualidade de vida e a atividade econômica de 13 municípios. Completam a edição o superdesperdício na safra de grãos do estado, a cobertura do ensino privado, os colunistas do Extra Classe, entre outros temas. Boa leitura.