Foto: Orlando Brito
Foto: Orlando Brito
Recentemente, algumas vozes, dentro e fora dos quartéis, potencializaram seus discursos conservadores nas redes sociais em favor de marchas e espalhando boatos sobre um novo golpe. Os fatos desmentiram a boataria. Nas retrospectivas do período, não bastasse
a memória da tirania, censura e outros abusos, há também a questão financeira. Se de um lado, os defensores da ditadura alegam o milagre econômico e desenvolvimento do país, de outro, quando encerrou-se o ciclo do regime ditatorial, a dívida externa brasileira era de U$ 102,1 bi o que equivaleria hoje a U$ 1,2 tri, o quádruplo da dívida externa atual.
Mas as viúvas da ditadura também alegam que hoje a corrupção é pior, mas como diz o entrevistado do Extra Classe deste mês, corrupção sempre houve, mas com a imprensa conivente ou censurada não haviam denúncias. O legado deste período, se é que há, está muito mais numa cultura de autoritarismo, que ainda infesta polícias e quartéis, bem como uma elite financeira detentora de monopólios de comunicação que se consolidaram a partir do golpe que apoiaram, com tentáculos em todas as esferas do Legislativo, do Judiciário e até mesmo do Executivo.
Querendo ou não, no Brasil, nossa frágil, jovem e inexperiente democracia ainda luta contra a ditadura e seus efeitos.