A escola como espaço cultural
A escola desejada e difundida na academia contemporânea, aquela que se opõe à educação tradicional tão criticada, se efetivará quando nos aproximarmos da cultura, à medida que nos distanciarmos do conteudismo. Portanto, é importante mobilizar recursos humanos e materiais destinados a transformar a escola em um centro cultural. Uma menina de cinco anos sai da escola todas as tardes cantando: “livre estooou, livre estoooou”.
Dois adolescentes produzem uma campanha publicitária em que a imagem é os alunos sentados, chorando, e o professor, gritando em frente à turma. Diversos professores reclamam de seus alunos, dos desgostos de sua profissão, desencorajando qualquer um que queira ser professor. Esse cenário de infelicidade tem sido visto por mim em escolas públicas e privadas. No entanto, convido os colegas a notar quão diferente é a postura de nossos alunos em aulas especiais, sejam elas especiais pelo uso de diferentes espaços, como laboratórios, biblioteca, pátio, museus; pelo uso de diferentes recursos materiais, a exemplo de música, filme, livros, teatro, revistas ou ainda pela presença de visitantes na escola.
Acredito que essa diferença de postura se dá pela descentralização da figura de autoridade do professor, o que gera um sentimento de liberdade, bem como o distanciamento da simulação intrínseca à sala de aula convencional. Os alunos e professores são mais felizes inseridos em atividades culturais. Só através da inserção cultural é que o conhecimento nos toca subjetivamente. Então, deixemos de lado o apego ao conteúdo e à figura do professor, e transformemos, sem medo, a sala de aula em um espaço de compartilhamento de saberes através de atividades culturais.
* Professora de Português da Escola Fundamental La Salle Esmeralda, da Escola Estadual de Ensino Fundamental Eva Carminatti e da Escola de Ensino Médio Agrônomo Pedro Pereira.