OPINIÃO

O quanto transformamos a profissão que lida com transformações?

Por Fabiano Larentis / Publicado em 11 de abril de 2016

Ser professor é lidar com a aprendizagem e, portanto, com transformações nas pessoas, por mais simples que elas sejam. Além disso, uma das nossas competências básicas é o aprender a aprender, ou seja, uma profissão eternamente aprendiz. Assim, a aprendizagem, como algo dinâmico e, em diversos momentos, instável, faz com que a profissão necessite se transformar. No entanto, muitos dos métodos e práticas ligados à educação vêm sendo desafiados pelo avanço das tecnologias e pelas mudanças comportamentais que nos rodeiam. O quanto nós, como professores, que lidamos na essência com transformações, estamos preparados a esses desafios e dispostos a lidar com eles?

Lidando com a aprendizagem, lidamos com as descobertas das pessoas, mas também com suas percepções de realidade, com suas convicções, com suas ideologias, com suas atitudes. No entanto, o quanto consideramos e questionamos nossas visões de mundo e nossas ideologias no exercício de nossas atividades? Ou consideramos que os problemas são os outros, que somos merecedores da crença de que não precisamos ser questionados? O quanto estamos antenados ao comportamento arrogante que, paradoxalmente, se apresenta em diversas situações em nosso meio?

Afinal, estamos dispostos a questionar nossas convicções e rever nossas posições? Não necessariamente temos que desconsiderar nosso passado e descartar métodos mais antigos, até porque muitos deles funcionam muito bem desde que o homem se conhece como tal, como saber ser um bom contador de histórias. Todavia, precisamos refletir de que maneira novas tecnologias e abordagens podem favorecer nosso trabalho, mesmo que seja uma nova perspectiva a uma técnica antiga.

Isso tudo necessita de apoio e de ajuda. Antes de levantar as carências de estrutura e de suporte, assim como determinadas escolhas equivocadas das instituições às quais estamos ligados, o quanto temos transformado uma profissão que lida com transformações? O quanto estamos dispostos a nos transformar? As respostas a tais reflexões dependem, acima de tudo, do quanto estamos conscientes em relação ao nosso real papel enquanto agentes para a cidadania, bem como da humildade necessária para desempenhá-lo.

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