São múltiplos os desafios de um mundo atual, sendo até mesmo difícil obter consenso sobre quais seriam os prioritários. Todavia, um deles – tornar o conhecimento acessível a todos – destaca-se como mais importante devido aos seus efeitos estruturantes, tanto nas sociedades como nos indivíduos. Em nenhuma outra época da História, a produção de conhecimentos foi tão intensa como nos dias de hoje, como também em nenhuma outra época a sua aplicação assumiu papel tão preponderante. Daí a importância da educação e, consequentemente, dos educadores para pavimentar caminhos para os seus diversos usos e assegurar a sua dimensão social e ética.
O século 21, com avanços extraordinários em vários campos do conhecimento científico e tecnológico, com muito mais recursos que todos nossos antepassados, com muito mais canais de comunicação, paradoxalmente, apresenta-se como o século do medo, da insegurança, do terrorismo, da intolerância e da incapacidade de vivermos juntos, com o Outro e para Outrem, em instituições justas.
Segundo o sociólogo e historiador norte-ameicano Richard Sennett, a sociedade moderna está desabilitando as pessoas na condução da vida cotidiana. Temos mais máquinas que nossos antepassados e menos ideias sobre a melhor maneira de usá-las. A destreza prática é uma ferramenta, e não uma salvação, mas à sua falta as questões de Significado e Valor não passam de abstrações.
Qual é o papel do professor em decorrência disso? Alguns estudos e especialistas em educação apontam sugestões para práticas docentes neste contexto: a interação entre professores de uma mesma disciplina e/ou do mesmo curso, que visa definir conjuntamente o que é necessário que os alunos aprendam; a fixação de um pacto de aprendizagem, de parceria e de relação entre adultos (professor-alunos); a interação entre os alunos, já que, muitas vezes, as explicações e os exemplos fornecidos pelo professor podem não atingir todos igualmente, o que pode ser superado se o professor estimular e permitir tarefas em grupo, debates, discussões e trocas entre os alunos; uns aprenderão com os outros; o emprego de estratégias de monitoria para auxiliar o professor nas atividades de grupo, no planejamento, na avaliação e no feedback das diversas modalidades de aula empregadas e, fundamentalmente, a escuta e o saber ouvir aquele que está sendo iniciado à vida, ao conhecimento. Todas essas maneiras visam a um único objetivo: o desenvolvimento da aprendizagem nos alunos.