Sob o raso argumento de que tudo que é público é ruim e ineficiente, e de que apenas o setor privado funciona, seja ele controlado pelo capital nacional ou estrangeiro, o país perdeu a vez na exploração do pré-sal e está na iminência de privatizar, além de 57 bens estatais, a Eletrobras, maior geradora e distribuidora de energia ainda nas mãos do governo e a maior companhia do setor elétrico da América Latina.
No pacote, há portos, aeroportos e rodovias, usinas hidrelétricas e reservas ambientais, loterias, a Casa da Moeda, e áreas do território nacional, como mostra reportagem nesta edição. Herança da ditadura militar, a megaestrutura do sistema judiciário brasileiro consome todos os anos o equivalente ao PIB de 12 estados brasileiros somente com a remuneração de juízes e servidores.
De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, em 2016 a remuneração mensal dos magistrados atingiu R$ 47,7 mil, extrapolando em 41% o teto estabelecido pelo STF. Nas páginas centrais, reportagem especial sobre o esvaziamento das políticas e dos programas da agricultura familiar por meio do corte de verbas previsto no orçamento da União. O entrevistado do mês é o economista e professor da PUCSP Ladislau Dowbor, que fala sobre o seu mais recente livro, A era do capital improdutivo, no qual desmistifica o sistema financeiro ao mostrar o quanto o capital rentista é nocivo para a sociedade.
Confira ainda os destaques do ensino privado, os colunistas do Extra Classe e, na editoria Arte +, uma análise sobre o triunfo do obscurantismo e o combate ao pensamento no Brasil pós-golpe.