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ECONOMIA – Para o nosso entrevistado do mês, o professor e pesquisador Plauto Faraco de Azevedo, o Brasil, graças ao falso liberalismo de seus mandatários, pode seguir o mesmo caminho de crise econômica profunda que viveu a Grécia recentemente. Para ele, a voracidade que move o neoliberalismo com sua receita de privatizações, cortes de empregos e de direitos, rentismo e especulações, em nada lembra o liberalismo econômico do século 18, movimento que no seu contexto histórico representou um avanço político-jurídico incontestável. “Eles querem a repetição do liberalismo, mas só a parte em que ainda não havia o estado democrático de direito, querem o estado não interventor”, ironiza.
TRABALHO – É neste cenário de realidade excludente com minorias que trazemos uma reportagem sobre a lei de cotas para pessoas com deficiência. “É uma balela”, sintetiza a advogada Kenia Maria de Souza Rio, 53 anos, presidente da Associação de Nanismo do Rio de Janeiro. “Nos oferecem apenas cargos para serviços gerais e assistentes administrativos, as empresas em geral não contratam quando se tem 3º grau. Recebo propostas de subemprego”, reclama. Empresas colocam impedimentos e exigências, como o tipo de deficiência para que a pessoa se adapte, ignorando condição do candidato a emprego.
BOLSONARO – Ao que tudo indica e apesar das informações desencontradas e de comunicados de improviso, os primeiros movimentos do futuro governo Jair Bolsonaro (PSL) apontam para o prosseguimento da política econômica da administração Michel Temer. Portanto, quem acreditou no candidato antissistema apoiado por empresários e financistas que integram o sistema pode se frustrar. A tendência mostrada por Bolsonaro e seus superministros é a da adoção das chamadas soluções de continuidade na economia, com manutenção do teto de gastos, privatização de estatais, Reforma da Previdência, possibilidade de ampliação da Reforma Trabalhista e desconstrução de direitos sociais. A chance de que a legitimação das urnas ocasione a tentativa de aprofundar a adoção do Estado mínimo, com avanço do setor privado sobre a área da saúde, implementação do sistema de capitalização na Previdência e cobrança de mensalidades em universidades públicas é amplificada por declarações do próprio Bolsonaro e sua equipe. A ‘pressa’ em fazer logo a Reforma da Previdência marcou suas primeiras manifestações como presidente eleito e deu visibilidade a outra característica que deve marcar a futura administração: o tensionamento constante entre os grupos distintos que vão integrar o núcleo do governo.
SEGURANÇA – Em nossas páginas centrais trazemos também uma grande reportagem sobre a superlotação da Fase, que cresceu mais de 57% em quatro anos. O fenômeno se justifica pelo endurecimento do Ministério Público e Judiciário nas sentenças de crimes graves. O Rio Grande do Sul abriga hoje uma massa carcerária superior aos 40 mil presos para um déficit de 11 mil vagas. Para piorar, outros 10 mil condenados aguardam entrada nos presídios gaúchos. Cenário que explica a “sensação de insegurança” e o enxugamento de gelo vivido pelas polícias. Outro ingrediente a essa panela de pressão envolve as medidas direcionadas a adolescentes e jovens infratores.
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