OPINIÃO

Uberização do trabalho e os sindicatos

Editorial / Publicado em 6 de dezembro de 2018

Imagem: Reprodução

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O contexto adverso – provocado pelas profundas transformações no sistema produtivo devido à interferência das novas tecnologias no mundo do trabalho e à perda de direitos – está relativizando e transformando as relações e o ambiente de trabalho. É a uberização do trabalho, numa referência ao aplicativo de transporte que é a mais significativa das modalidades de trabalho desregulamentado e sem proteção de direitos na atualidade. A constatação é do diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, entrevistado do mês nesta que é a edição de encerramento do ano do Extra Classe – o jornal impresso volta a circular em março. O economista parte da premissa de que os sindicatos sempre serão a alternativa de organização de trabalhadores na defesa dos seus direitos para alertar que o sindicalismo precisa se reinventar para recuperar representatividade nessa nova ordem – ou desordem.

O Marco Legal da Primeira Infância, instituído pela Lei 13.257/2016, e que busca assegurar às crianças o direito de brincar, de receber cuidados por profissionais qualificados, de serem prioridade nas políticas públicas, da atenção integral dos pais por meio das licenças maternidade e paternidade ao nascer, entre outros direitos estabelecidos, completa três anos de vigência em março. Desconhecidas por grande parte da população, essas garantias estão ameaçadas por cortes no financiamento da educação infantil com o fim do Fundeb e a redução da maioridade penal, como mostra reportagem nesta edição.

No ocaso do governo Temer, o país deixa de contar com a participação dos médicos cubanos no programa Mais Médicos, implantado em 2013, depois que o governo eleito antecipou exigências e atacou os profissionais, fazendo com que o governo cubano anunciasse a retirada dos seus médicos do programa humanitário. Ao todo, 28 milhões de brasileiros ficaram sem assistência, especialmente em regiões mais pobres e de difícil acesso rejeitadas por médicos brasileiros no novo edital do Ministério da Saúde.

No Rio Grande do Sul, o governador eleito enfrentará, a partir de janeiro, a pressão do déficit nas contas públicas, da dívida com a União, da folha de pagamento do funcionalismo sobre as contas e o peso crescente dos inativos, além do legado de salários parcelados, crise na segurança e atraso de repasse para fornecedores.

Além das notícias do ensino privado e dos colunistas do Extra Classe, completa a edição uma reflexão sobre a identidade e o mito do gaúcho na seção Arte Mais.

Boa leitura!

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