OPINIÃO

Extra Classe on-line

O jornal Extra Classe cumpre as medidas de isolamento diante da pandemia do novo coronavírus. Por isso, esta edição de abril chega aos leitores somente pelas plataformas virtuais, sem a edição impressa
Publicado em 22 de abril de 2020

Imagem: Capa/ Edição de abril de 2020

Imagem: Capa/ Edição de abril de 2020

O jornal Extra Classe cumpre as medidas de isolamento determinadas por decreto estadual, seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde diante da pandemia do novo coronavírus. Por isso, esta edição de abril chega aos leitores somente pelas plataformas virtuais, sem a edição impressa. É a primeira vez, em quase duas décadas e meia de circulação ininterrupta e crescimento editorial, que o veículo dos professores do ensino privado do estado abre mão da sua versão em papel, tendo sido produzido a distância – e mantida a sua linha editorial e gráfica. Essa precaução, que mobiliza o Sinpro/RS e toda a categoria, deverá ser estendida ao menos para a edição de maio, visando preservar a saúde e a vida de todos os envolvidos nos diferentes estágios de produção da publicação.

Não é hora de pensar em Estado mínimo

Praticamente consenso entre especialistas, a pandemia do novo coronavírus não só afeta a saúde das pessoas, mas também a forma como governos, sociedades e a economia se relacionam. Uma das consequências de curto e médio prazos inevitáveis será uma profunda depressão econômica mundial que envolverá também o Brasil, queira o governo de Jair Bolsonaro ou não. Resta saber como reagirá este mesmo governo que defende o Estado mínimo diante de emergências que exigem Estado forte. “Hoje, dane-se o Estado mínimo, você precisa gastar e é preciso errar pelo lado do excesso”, afirma a economista Monica de Bolle, pesquisadora do Instituto Peterson de Economia Internacional e professora da Universidade Johns Hopkins, em Washington. Uma das vozes mais relevantes em tempos de distopia, de Bolle está entre os entrevistados da reportagem de capa desta edição.

Na entrevista do mês, a escritora e antropóloga Lilia Schwarcz, autora de Raça e Diversidade e As barbas do Imperador, professora titular do Departamento de Antropologia da USP e da Universidade de Princeton, analisa a conjuntura política do país após ascensão da nova direita e constata uma alteração na imagem que os brasileiros projetavam no exterior. A entrevistada fala da tradição escravocrata e interpreta a violência, a intolerância e a falsa cordialidade dos brasileiros.

Destaque desta edição, a qualidade da água que abastece os grandes centros urbanos do país já é afetada pela falta ou  problemas do sistema de saneamento básico. São 31 milhões de brasileiros que não dispõem de rede geral de distribuição de água, e a falta de acesso à água potável é uma realidade nas grandes favelas como a Rocinha, no Rio, ou Paraisópolis, em São Paulo. Praticamente impedidos de se precaver do novo coronavírus usando água e sabão com frequência, milhares de pessoas no país sofrem de doenças infecciosas como malária e dengue. Estudo apresentado no 30º Congresso da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) revela que a água consumida pelos brasileiros é passível de contaminação por protozoários, organismos resistentes ao cloro.

As professoras e professores se desafiam, desde a metade do mês de março, à prática diária de aulas e trabalhos virtuais com os estudantes durante o confinamento, como mostra matéria de Ensino Privado,  que aborda ainda a preservação dos direitos dos docentes e a realidade das instituições. Confira também os colunistas do Extra Classe e a mostra virtual da Galeria Ecarta que resgata a memória e a obra de Milton Kurtz, expoente da arte pop no estado.

Boa Leitura!

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