A rotina dos professores durante a pandemia
Imagem: Reprodução
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No ensino público, a pandemia aprofundou as desigualdades sociais e ampliou as barreiras para o acesso à educação. Mas o caos estrutural revelado pela crise sanitária já havia sido previsto há seis anos no Plano Nacional da Educação, o qual determina as diretrizes, metas e estratégias para a política educacional no período de 2014 a 2024 e foi sistematicamente abandonado pelos governos.
Apesar das diferenças de acesso às tecnologias, as dificuldades também estão tomando proporções cada vez mais alarmantes no ensino privado. São muitos casos de assédio moral, quadros de estresse extremo, depressão e também dores físicas, por falta de condições próprias de trabalho. Muitos relatos chegam ao Sinpro/RS, de Porto Alegre e de municípios do interior, o que levou o Sindicato a reforçar as atividades e o acesso da categoria ao Núcleo de Apoio ao Professor Contra a Violência (NAP). Confira nas editorias de Educação e Ensino Privado.
NEGACIONISMO – Na entrevista do mês, a economista com especialização em relações de trabalho Virgínia Rolla Donoso avalia o impacto da pandemia no mercado de trabalho e destaca as consequências desastrosas do negacionismo por parte do governo federal no enfrentamento do coronavírus.
O resultado da falta de articulação deliberada em relação à campanha nacional de vacinação, a negação da gravidade da pandemia e o menosprezo à vida é devastador em todas as frentes, especialmente para a economia, pois a falta de perspectiva de controle da pandemia amedronta tanto a procura de emprego por parte do trabalhador quanto a criação de novos postos de trabalho pelos investidores.
Os indicadores do IBGE estão aí para quem quiser ver: de dezembro de 2019 a dezembro de 2020, nada menos que 8,4 milhões de pessoas saíram do grupo de ocupados no país.
AGROTÓXICOS – Mesmo sem conseguir controlar os danos provocados pelo uso de agrotóxicos em apenas 24 municípios prioritários do programa Deriva Zero em 2020, o governo do estado tenta afrouxar as regras para o uso de químicos no Rio Grande do Sul.
O projeto de lei 260 enviado à Assembleia Legislativa flexibiliza o uso de venenos em lavouras gaúchas e pode trazer de volta o perigoso Paraquat, químico utilizado na Guerra do Vietnã, há anos banido da Europa e também proibido por aqui.
Com viés econômico, o governo gaúcho aposta na expansão das culturas que vicejam à base de venenos nos pampas, enquanto os próprios dados do programa Deriva Zero mostram que o estado ainda está muito distante do controle adequado.
Embora a aplicação de venenos em larga escala elimine pragas e aumente a produtividade das lavouras, a aplicação excessiva e ilegal contamina o solo e a água, causa danos irreparáveis ao meio ambiente, provoca intoxicações, doenças crônicas e mortes – no meio rural e nas cidades.
Boa leitura!