OPINIÃO

Editorial: 13 tópicos para entender quem tem medo da reforma agrária

Da Redação / Publicado em 14 de dezembro de 2021

Capa: Bold Comunicação/Foto: Igor Sperotto

Capa: Bold Comunicação/Foto: Igor Sperotto

O acesso das populações pobres à terra para a produção de alimentos, por sua representatividade política e econômica, sempre incomodou as elites econômicas e o Estado brasileiro, que fazem de tudo para impedir a reforma agrária – desde o período do Brasil Colônia até a atualidade. Essa interdição, histórica e invariavelmente, tem recorrido à imposição de medo, espalhado desinformação e produzido muita violência.

A posse da terra é um instrumento de poder econômico, base para a produção agropecuária e para a extração mineral. Logo, também é um poder de natureza política, que interfere na vida de todas as pessoas.

É o que ensina o agrônomo, cientista social e pesquisador da reforma agrária, Adalberto Martins. Ele é uma das fontes mais elucidativas sobre as questões agrárias do país desde o Brasil Colônia até os dias atuais e ajuda a demonstrar quem tem medo da reforma agrária – tema da reportagem de capa desta edição.

“Se observarmos o Brasil desde os tempos da escravidão, sempre foi vedado, impedido e dificultado às populações pobres o acesso à terra”, sublinha Martins, que também é especialista em agroecologia e doutor em Geografia.

O Brasil e a América Latina vivem “uma contrarreforma agrária estimulada pelos mercados financeiros” e, ao contrário do que muitos pensam e divulgam, a reforma agrária não é coisa de “comunistas”.

“Entre os países capitalistas que adotaram diferentes modelos de reforma agrária e que isso contribuiu para seu desenvolvimento econômico, estão Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão, Israel, Alemanha, Espanha, França, Itália, Inglaterra, Irlanda, países escandinavos, entre outros”, aponta.

A foto de capa desta edição, de Igor Sperotto, registra a colheita do arroz orgânico do MST nos assentamentos da reforma agrária em Nova Santa Rita (RS).

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Esta edição traz, ainda, uma entrevista exclusiva com o bispo da Diocese de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, Dom Mauro Morelli, o esvaziamento das licenciaturas e das carreiras docentes e destaques da educação. Confira também: Arte Mais, Fraga, Verissimo, Weissheimer, Edgar Vasques, Rafael Corrêa, Rafael Sica, Santiago.

Boa leitura!

Prêmios

A reportagem Agrotóxicos: o veneno está no ar, no solo, na água e na mesa dos gaúchos, do jornalista Thiago Kern Copetti, com fotos de Igor Sperotto, publicada na edição de abril de 2021, ganhou o 3° lugar no Prêmio Amrigs de Jornalismo na categoria Jornal/Revista. A cerimônia foi realizada no dia 27 de outubro.

O Extra Classe também é finalista do 1º Prêmio Themis de Jornalismo, do  Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, na categoria Especial – Iniciativas do Poder Judiciário durante a pandemia, com uma série de reportagens do jornalista Gilson Camargo sobre as ações do TJRS contra o retorno precoce às aulas presenciais durante a pandemia. Os outros finalistas foram Carlos Rollsing (Zero Hora/GZH) e Eduardo Matos (GZH/Zero Hora/Rádio Gaúcha). O resultado da premiação foi divulgado após o fechamento desta edição. Em 25 anos, o Extra Classe recebeu 45 prêmios de jornalismo.

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