Bonitinha toda vida ia ela pequenininha
às aulas dos adultos e só oito anos ela tinha.
Papai dava aulas de latim e sociologia à noite.
A menininha ouvia e via.
Quem é? Sua filha, professor?
E os olhos dele correspondiam ao sim
com um gozo esplendoroso cravejado de orgulho
como um anel reluzente e precioso que era o nosso laço
Eu era a sua cara. E gostava era demais de ser parecida com ele.
“ Meu cartão de visita”, dizia segurando o meu queixo. Com delicadeza de homem lindo.
Era meu pai.
Pai… por suas aulas comecei a amar as palavras.
Por seus provérbios e citações comecei a amar o jogo delas e
a possibilidade infinita do que podiam erigir os tais pensamentos.
Por sua divertida didática aprendi a amar a alegria de cada gramático movimento.
No dia do meu casamento, me deu de presente uma máquina de escrever.
E junto com esse presente me deu estrutura de passado,
futuro e poder.