O vento dá maio aos meus desejos,
diz maio em meus ouvidos,
beija o segredo das orelhas descobertas
(orelhas não, zureba, meu filho dizia assim)
zurebas outonadas acompanha-me até a estação mais próxima.
Ó, meu bonde vento, meu trem,
diz me por que seu maio é tão lento e nítido,
tão clarioso de luz?
E por que todos os poetas se rendem à tentação de recontá-lo?
Como a resposta estava na pergunta,
o vento parou de súbito de soprar,
pra não me dar confiança.