Espero meu filho amado voltar da rua.
Lindo, estudado, sábio,
Impecável brasileiro em
Construção poética de boa massa.
Meu menino, meu sarará que foi
Trabalhar com o cinema dele
Nessa noite escura de chuva forte.
De longe eu o amparo,
Meu rapaz, minha ternura, minha recompensa,
Meu presente de esquecer todas as agruras,
Prenda que dá melhor valência aos esforços do viver,
E oferece preciosa colheita ao ir e vir do plantar.
Espero meu filho, é noite.
Muitas mães em suas casas falam comigo agora.
Falam comigo sem saber.
Esperam, como eu, seus filhos expostos, como o meu,
A este extenso desamparo civil.
Apenas eu escrevi primeiro.
Sou uma mãe do Brasil,
Sou uma mãe do Rio de Janeiro.