Não largo nunca da mão de uma ou de outra.
Minha poesia tem roteiro,
acontecimento, enredo,
uma estória que se conta por dentro dela.
E minha prosa tem poesia, cor, imagens e melodia
costurando-a por dentro.
Em poesia ou em prosa não se sabe sempre antes:
é como menino ou menina,
é como com que roupa,
depende de como eu acordo,
depende de como me enrolo,
de como me comovo,
depende de como me movo,
de como me sinto,
e depende também do tipo da festa do convite e do
destino.
O que importa é que trabalhar
com uma ou com outra
nunca é abandonar alguma.
Em suma,
prosa ou poesia pra mim não dói,
nem há como me divida.
Como nunca estou longe nem de uma nem de
outra, trata-se de uma escolha sem despedida.