Agropecuária do Rio Grande do Sul: dificuldades à vista para a safra 2010/2011
Ilustração: Pedro Alice
Ilustração: Pedro Alice
A expectativa é que a chegada do La Niña ocorra entre o fim de agosto e o início de setembro, justamente a época do plantio de soja e milho no Rio Grande do Sul, que acontece entre o início de agosto e meados de janeiro. As dificuldades são inevitáveis para essas duas culturas, ainda que alguns especialistas afirmem que a soja é mais resistente ao estresse hídrico enquanto o milho é mais sensível, portanto a cultura que mais sofre com a estiagem. Dado que não é possível controlar os fenômenos climáticos, a questão que se coloca é: o que fazer para minimizar os efeitos da seca sobre a produtividade e a qualidade da produção agropecuária no estado?
Há várias recomendações nesse sentido. Uma delas é proposta pela Emater/RS sugerindo que os produtores antecipem ao máximo o plantio. Outra alternativa é relativa ao manejo, aumentando a estrutura física com raízes e palha (adubação verde), ao mesmo tempo em que deve ser diminuído o tráfego de máquinas. Essa prática eleva os teores de matéria orgânica e umidade do solo. Por fim, o uso da irrigação quando há disponibilidade de açudes ou cisternas. O ideal seria adotar uma combinação adequada dessas três medidas, o que asseguraria um aumento na armazenagem de água para mais de 25mm.
Resta torcer para que os efeitos do La Niña dessa vez não sejam tão perversos quanto o foram anteriormente, ou que os produtores gaúchos adotem as medidas disponíveis para obter padrões razoáveis de produtividade e qualidade nas principais culturas da nossa base agrícola.