Arte: Pedro Alice
Arte: Pedro Alice
Recentemente, um estudo desenvolvido na FEE, por Glaison Guerrero e César Conceição, identificou as diversas categorias de aglomerações produtivas (usando somente dados da indústria) que poderiam se constituir em Arranjos Produtivos Locais (APLs). Chama a atenção que numa extensa faixa de território, que se estende desde a Microrregião de Cerro Largo na fronteira com a Argentina até a Microrregião de Jaguarão na fronteira com o Uruguai, não há sequer um único “Embrião de Arranjo”, categoria mais fraca de aglomeração produtiva utilizada no estudo. Trata-se de uma área que sofreu um processo de desindustrialização absoluta, ao mesmo tempo em que também a agropecuária perdia a sua dinamicidade, enquanto atividade básica da região.
É claro que algumas atividades novas têm sido introduzidas na região nas últimas décadas, entre as quais podemos destacar a implantação de uma universidade federal (Unipampa), os projetos de energia eólica, a vitivinicultura, entre outros. Todavia, a capacidade individual de mobilizar as forças dinâmicas, internas e externas, dessas atividades é limitada, apesar da potência que tem uma universidade.
A superação do subdesenvolvimento regional, em casos como esse, implica a escolha de uma COMBINAÇÃO de iniciativas, projetos e medidas que sejam capazes de provocar um processo de expansão econômica que se reproduza de forma ampliada ao longo do tempo. O que se observa nos dias atuais, em algumas cidades dessa faixa de fronteira, é uma euforia com a possibilidade de aprovação no Congresso Nacional de uma lei permitindo a instalação de freeshops do lado brasileiro, a exemplo do que ocorre nas cidades uruguaias da fronteira. Muitas lideranças e boa parte da população estão excitadíssimas com essa possibilidade. Lamentavelmente, temos que registrar que se trata de um grande equívoco.