Ilustração: Ricardo Machado
Ilustração: Ricardo Machado
Começando pela recepção a autoridades e delegações estrangeiras, nos aeroportos: devemos refrear nossa mania de não apenas apertar a mão como dar uma batidinha no ombro, o que denota uma intimidade que não existe e pode constranger o visitante.
A Fifa aceita que se organizem recepções festivas aos estrangeiros, já que, afinal, eles estarão chegando à terra do Carnaval, mas pede moderação. As baterias de escola de samba devem se apresentar nos aeroportos só com os instrumentos mais leves, que não reverberem tanto, e as mulatas devem cuidar para não ofender os recém-chegados com trajes muito sumários. Quer dizer, nada de bumbo ou tapa-sexo.
Na questão da vestimenta: a Fifa faz restrições ao conjunto bermudas/shortinhos e havaianas. Não o proíbe totalmente, mas prefere que ele não seja usado em ocasiões como coquetéis e recepções oficiais, ainda mais que o Blatter estará de gravata. Saias curtas para mulheres serão toleradas desde que a distância entre cintura e barra da saia não seja menor do que 18 centímetros. Haverá fiscais da Fifa em locais de congraçamento social para fazerem a medida. Os penteados e as tatuagens também serão controlados e a Fifa recomenda que a nação inteira dedique-se a regimes alimentares e exercícios físicos para emagrecer até 2014, porque do jeito que estamos não dá.
A Fifa observou que os brasileiros falam muito alto em restaurantes. Estabelecerá um limite de decibéis que, se for ultrapassado, levará ao fechamento do estabelecimento e a internação da clientela em cursos intensivos de locução e etiqueta, pelo menos até o fim da Copa
A Fifa estuda uma mudança no nosso nome, de República Federativa do Brasil para Estados Unidos do Brasil, ou – levando em conta que a língua mais falada por aqui já é o inglês – Estados Unidos da América Legendado.
Também pensa em mudar as nossas cores, porque verde e amarelo, francamente. Mas isso fica para outra etapa, quando a Fifa reorganizará os Estados brasileiros, inclusive suprimindo alguns, e intervirá na nossa taxa de juros.
Finalmente, a Fifa não está contente com o nosso governo. Acha a Dilma muito mandona, mais mandona do que ela, e já está providenciando sua substituição.