Trump intimida refugiados com força militar
Foto: Vatican News
Fugindo da instabilidade política, da miséria e da pobreza, cerca de três mil refugiados centro-americanos estão represados em Tijuana, México, na fronteira com Estados Unidos. Vindos especialmente de países como Guatemala, Honduras e El Salvador famílias inteiras percorreram mais de 4.500 quilômetros e agora aguardam respostas a seus pedidos de asilo feito aos Estados Unidos. A maioria está acampada ao ar livre. O governo do México acredita que o número de migrantes pode chegar a 10 mil pessoas. Possibilidade de asilo no Canadá é cogitada.
Atendendo grupos de direitos humanos, no final da segunda-feira, 19, o juiz federal Jon Tigar emitiu medida cautelar proibindo por hora o governo Donald Trump de recusar asilo aos que cruzarem ilegalmente a fronteira no sul do país. Trump, com o objetivo de dificultar o máximo a entrada de refugiados, ordenou que somente analisará pedidos de asilo nas 26 entradas oficiais da fronteira com o México. Cinco mil militares estão na região para conter os migrantes.
RELIGIOSOS – Enquanto o impasse se consolida e os abrigos da cidade de Tijuana esgotam suas capacidades, religiosos oferecem banheiros e chuveiros para atender a demanda. Nos Estados Unidos, em uma manifestação forte os bispos católicos emitiram comunicado afirmando que a política de Trump é uma “contradição direta com a Lei de asilo existente”. Para os bispos americanos que aprovaram recentemente em assembleia geral uma nova carta pastoral sobre o racismo “não é um delito buscar asilo”.
Diante da intransigência do presidente americano, o coordenador da Pastoral de Mobilidade Humana Sul, padre José Solalinde, chegou a cogitar a possibilidade de negociar o asilo dos refugiados com o Canadá. A ideia recebeu ontem o respaldo do arcebispo anglicano canadense Leonardo Marin Saavedra que se colocou à disposição para conversar com o governo do seu país.