POLÍTICA

Ato falho de Bolsonaro desqualifica Damares

Em discurso no Chile, presidente relativizou importância da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos para seu governo
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 22 de março de 2019
"Não tomo decisões sozinho. Ouço qualquer ministro, até Damares", disse Bolsonaro, referindo-se à ministra

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

“Não tomo decisões sozinho. Ouço qualquer ministro, até Damares”, disse Bolsonaro, referindo-se à ministra

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Depois de 8 de março, Dia Internacional da Mulher, quando Jair Bolsonaro disse que as ministras da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e Tereza Cristina, da Agricultura, equilibravam seu ministério porque valiam por 20, um ataque de sinceridade do presidente pode colocar mais lenha no fogo que já está acesso contra o governo na bancada da bíblia. Comentando em rede social diretamente do Chile a proposta de reestruturação da carreira das Forças Armadas, o mandatário afirmou na quinta-feira, 21, que Damares seria “uma ministra com importância não muito grande”.

A frase saiu no contexto em que Bolsonaro dizia que em qualquer de suas decisões ouvia o ministro da área. “Não tomo decisões sozinho. Ouço qualquer ministro, até Damares”, disse. O presidente até tentou remendar: “mas tem importância. A Damares é uma ministra que trata da questão da família, direitos humanos”; disse, esquecendo-se de citar “Mulher” que também integra o nome do ministério. O estrago, no entanto, já estava feito.

Há quem veja que atos falhos como esse de Bolsonaro só aumentam a tensão com a bancada da bíblia, que já vem se queixando e ameaçando votar contra o governo em pautas estratégicas como resposta a propostas que não agradam os evangélicos, como a transferência da embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém e o recente veto à pastora Iolene Lima para o segundo cargo mais importante do Ministério da Educação e Cultura (MEC).

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