Deputados aprovam projeto de Emergência Alimentar para a Argentina

Foto: Reprodução Youtube/TV Brasil

Pobreza na Argentina:  32% da população está abaixo da linha da pobreza e 6,7% na faixa da indigência

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Com a economia nacional se deteriorando a cada dia que passa, em crise agravada nos quatro anos do governo de Mauricio Macri, a Câmara dos Deputados da Argentina aprovou ontem, 12, por unanimidade projeto de Lei de Emergência Alimentar e Nutricional. A iniciativa, que estabelece o aumento dos itens destinados ao fornecimento de refeitórios e alimentos em setores vulneráveis, vai agora ser debatido no Senado. O PL, apresentado pela oposição, recebeu 222 votos a favor e uma abstenção.

A decisão dos deputados é resultado de um grande número de manifestações populares que exigem do governo Macri medidas urgentes para fortalecer a saúde alimentar dos mais vulneráveis. Em 3 de setembro passado, Extra Classe registrou que a Igreja Católica argentina emitiu um duro documento solicitando ao governo a adoção da Emergência Alimentar e Nutricional.

Concretamente, a decisão da Câmara aponta para a prorrogação até 31 de dezembro de 2022 da Emergência Nacional de Alimentos, que foi estabelecida por decreto em 2002, após a crise de 2001, que criou o “estaleiro bancário”, limitando a retirada de dinheiro de bancos, e promove a criação do Programa Nacional de Alimentação e Nutrição. O projeto estabelece “um aumento emergencial de pelo menos 50% dos itens do orçamento atual para o ano atual, correspondentes às políticas públicas nacionais de alimentação e nutrição”.

Desvalorização do peso e inflação alta

Em alerta, o Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que a situação é “muito difícil” e aguarda relatório do ministro das Finanças, Hernán Lacunza, com as medidas que o país pretende tomar para enfrentar os efeitos da grave crise econômica do país, marcada pela desvalorização do peso e alta inflação.

Para o porta-voz do FMI, Gerry Rice, “a complexidade das condições do mercado e a persistente incerteza política tornam a situação ainda mais difícil” no país. Rice lembrou que desde meados de agosto a Argentina sofre uma nova crise de confiança.

Apesar de deixar transparecer discretamente que em sua opinião os mercados entraram em crise depois que o candidato presidencial peronista de centro-esquerda, Alberto Fernández, se tornou o favorito em agosto para vencer as eleições de 27 de outubro, derrotando o liberal Macri em sua tentativa de reeleição, Rice afirma: “Nosso compromisso com a Argentina continua forte”.